Postado às 06h45 | 11 Out 2020
Ney Lopes
A “luz vermelha” acendeu-se e a epidemia cresce vertiginosamente. Mostra-se acertada a decisão do prefeito Álvaro Dias, de Natal, ao definir medidas preventivas, para que a “segunda onda” não chegue à cidade de Natal.
Contra fatos não há argumentos.
A América Latina é o epicentro, lugar antes ocupado por China, Europa e EUA.O Brasil registra o segundo maior número de casos no mundo. Nações fora da Europa, que pareciam ter controlado os surtos, enfrentam aumento de casos.
Entre elas, Israel, Peru, Austrália e Japão.
A Espanha foi a exceção durante agosto. Agora, a curva de infecções está em alta novamente. O Centro Europeu de Prevenção alertou, que em todos os países monitorados, os novos casos aumentaram.
Portugal registrou mais de 1649 casos nas últimas 24 horas, o dia com mais casos desde o início da pandemia, batendo os 1516 registrados em 10 de abril.
Dr. João Gouveia, Presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos, em entrevista publicada neste domingo, 11, foi enfático: “ou se fecha outra vez, ou vão morrer muitas pessoas”.
Claro que "fechar" admite exceções racionais, protegidas por protocolos sanitários rígidos, tais como o comércio (shopings), escolas e atividades essenciais, áreas em que se justifica o funcionamento normal.
Neste final de semana, pelo terceiro dia consecutivo, a Alemanha, que havia controlado, superou 4 mil novas infecções. A primeira ministra Merkel, com lucidez, se preocupa em não paralisar a economia e manter as escolas abertas. Porém, decretou severas punições, até de contatos de físicos em reuniões de famílias.
Enquanto isso, prossegue a inconveniente eleição municipal brasileira, com discussões bizantinas e sandices de exaltação à democracia, através da abertura de contatos físicos das pessoas em aglomerações, comícios, carreatas e até reuniões políticas sem limites de participantes.
Como já afirmado, o bom senso justifica flexibilização em certas áreas, onde são possíveis fiscalizações e medidas eficazes de proteção à saúde pública.
Nada a opor.
Mas, abrir para comicios e atividades políticas assemelhadas, em plena campanha eleitoral?
Isso é democracia?
Não se contesta, que uma campanha política pressupõe a interação do candidato com o eleitor.
Entretanto, após a tresloucada decisão de manter a eleição municipal de 2020, todos tinham conhecimento dos riscos da pandemia.
Sendo assim, aderir ao "liberou geral" e justificá-lo com o falso rótulo de ato democrático e de liberdade política, significará a revogação tácita do artigo 196, da Constituição Federal, que consagra o princípio de que a "a saúde é dierito de todos".
Por tais razões, a cada dia, o exemplo de responsabilidade, com a preservação das vidas humanas, dado pelo prefeito de Natal, torna-se mais justificável.
A Constituição permite tal medida e a justiça eleitoral cumpriu o seu dever, ao homologar o Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020”, considerado prévio parecer técnico elaborado por “autoridade sanitária nacional”.
No Ceará, com o apoio da justiça eleitoral, lideranças politicas municipais acolhem, sem contestação, as restrições do Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020”, homologado pelo TSE e que legaiiza os decretos municipais preventivos (Emenda Constitucional 107/20, artigo 1° § 3°, inciso V).
A indagação no ar: e no RN, especialmente em Natal?
Qual será o saldo sanitário de infectados da Covid19, até 15 de novembro?
Só resta pedir, que Deus proteja o nosso povo!