Notícias

Opinião: "Lula, Temer e o estilo Bolsonaro"

Postado às 06h52 | 29 Jan 2023

Ney Lopes

O presidente Lula iniciou o governo apelando para a união nacional, entretanto, ultimamente envereda pelos caminhos da polêmica desnecessária, atingindo, inclusive, ícones de partidos que integram a sua base de apoio.

É o caso das declarações que fez contra o ex-presidente Michel Temer, fora do país, quando ainda se encontrava no Uruguai.

Atribuiu parte do cenário de fome e sem destruição do país ao ex-presidente Temer, chamando-o de “golpista” e atacou a reforma trabalhista feita à época.

Bom lembrar que o agredido pertence à partido da base aliada do governo.

Depois da agressão, o presidente contraditoriamente completou suas declarações, dizendo que o lema do seu governo era a união.

Em nota, o ex-presidente Temer contestou as declarações de Lula, acusando-o de permanecer no palanque e olhar pelo retrovisor.

Sobre ter destruído iniciativas do PT quando exerceu a presidência, Temer relacionou ter realmente destruído em dois anos e meio um PIB negativo de 5% para positivo de 1,8%; inflação de dois dígitos para 2,75%; juros de 14,25 para 6,5%; queda do desemprego ao longo do tempo de 13% para 8% graças a reforma trabalhista; recuperação da Petrobras e demais estatais graças a Lei das Estatais; destruí a Bolsa de Valores que cresceu de 45 mil pontos para 85 mil pontos; elevada a produção de grãos, nas exportações e na balança comercial.

“Nada ganhou” o presidente Lula com a agressão gratuita.

Isto porque, quer se queira ou não, a abertura de créditos suplementares, como fez a Presidente Dilma, via decreto presidencial, sem autorização do Congresso Nacional – são crimes de responsabilidade previstos pela Constituição de 1988.

Afinal, um presidente da República não pode ser imune, para que não haja descontrole da governabilidade.

O impeachment é um processo constitucional, legal e democrático.

No caso específico da presidente Dilma, o seu governo pediu ao Banco do Brasil e BNDES que adiantassem com seus próprios recursos os pagamentos do Plano Safra e do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), numa movimentação financeira conhecida como operação de crédito por antecipação.

A legislação brasileira proíbe esse tipo de operação do governo com bancos públicos e também com bancos privados em anos eleitorais.

O governo não registrou contabilmente as operações, o que revelaria o conhecimento de que o ato era ilícito.

Observe-se que o ex-presidente Michel Temer é um respeitado jurista e tem uma tradição de dignidade política.

Na Câmara dos Deputados exerceu várias vezes a presidência e se comportou com equilíbrio e idoneidade.

Na presidência da República repetiu esse comportamento e deixou um legado altamente positivo para a nação.

Teve a coragem de enfrentar temas polêmicos, sobretudo na economia, e contribuiu para a estabilidade do país.

O presidente Lula só perdeu com os ataques gratuitos ao ex-presidente Temer.

Deve conscientizar-se de que, caso repita gestos idênticos de agressividade, pouco a pouco se aproximará do mesmo estilo de Bolsonaro. A diferença é que estará na esquerda.

 

 

Deixe sua Opinião