Postado às 05h27 | 28 Mar 2023
Presidente Lula e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Ney Lopes
O país assiste verdadeira “queda de braço” entre o governo federal e o BC.
A discordância é sobre a manutenção da exorbitante taxa de juros real (13.75% ano), a mais alta do mundo.
Na verdade, após a crise das economias avançadas em 2008 e o pós-pandemia, as políticas fiscal e monetária não podem mais ser tidas como independentes.
Para sair da estagnação é necessário considerar o Estado parte do projeto, não há como suprimi-lo, não existe capitalismo sem Estado eficiente.
Revisão - Nos últimos 40 anos as teses econômicas centrais passam por uma completa revisão.
O motivo foi o crescimento lento na era neoliberal e a concentração dos benefícios nas elites econômicas.
Cresceu a desigualdade, impondo alternativas às políticas monetárias. Juros altos afastam investimento e reduzem produtividade.
Regulação - A retomada pós pandemia supõe a questão do Estado como indutor de crescimento, como organizador da ação coletiva empresarial, sem qualquer forma de intervencionismo.
Apenas regulação, como é nos Estados Unidos e países capitalistas do mundo.
USA - O Banco Central não pode atuar à distância dos compromissos com a sociedade.
Na pátria do capitalismo – Estados Unidos – Paul Vocker, ex-presidente do BC americano, dizia que o congresso americano criou a autonomia do Banco Central, da mesma forma que poderia fechá-lo, se faltar a colaboração com o governo eleito.
Juros - O professor James Gailbraith, um dos economistas globais mais influentes, analisou que o Brasil é um dos lugares mais seguros do mundo para o investimento.
Tem uma estrutura financeira sólida, que protegeu bem o país na crise de 2008. Mas a política atual de juros altos precisa ser abandonada, pois é insustentável.
Diálogo- Além da definição da ancora fiscal, essa questão dos juros terá que ser resolvida.
Espera-se, que o diálogo seja o instrumento usado.
Pai- Neste 28 de março, seria o aniversário do meu pai, Josias de Oliveira Souza, já falecido em 1972.
Jamais esqueço todo bem que ele me fez, toda paz que me proporcionou e os ensinamentos de humildade e caráter, que me deu dia após dia.
Descanse em paz!
Macron - Mesmo sendo um líder da direita, Emmanuel Macron denunciou “algumas grandes empresas” qualificando-as de “cinismo”, ao pedirem “dinheiro público” para que "os trabalhadores possam beneficiar-se da previdencia social”.
Essas empresas geraram grandes lucros milionários e recompram as suas próprias ações no mercado.
Ramadã - Praticado pela comunidade muçulmana, começou o Ramadã, o nome dado ao nono mês do calendário islâmico. Em 2023 irá de 22 de março até a noite de 21 de abril.
Quase 2 bilhões de islâmicos fazem jejum, desde o nascer até o pôr do sol.
Pilhagem - O economista Utsa Patnaik calculou que a Coroa Britânica extraiu da India, durante a colonização, 45 trilhões de dólares (nos valores de hoje) de 1765 a 1938.
Em outras palavras, a pilhagem foi equivalente ao valor de duas décadas do atual Produto Interno Bruto (PIB) da Índia, de 2,5 trilhões de dólares.
Brasil - Atualizados os valores de riquezas brasileiras, que foram parar em Portugal, até 2017, o total aproximado é de R$ 48 bilhões de reais.
Direitos trabalhistas - O Tribunal Superior do Trabalho decidiu que as horas extras feitas pelo trabalhador também devem entrar no cálculo de benefícios, como férias, 13º salário, aviso prévio e FGTS.
A regra começou a valer no dia 20 de março deste mês
Cadeira presidencial - Nas duas vezes em que assumiu a Presidência da República devido viagens de Lula, o vice Alckmin despachou na copa anexa à sala presidencial, onde são servidos almoços.
Lula o convenceu a usar a sua sala.
Mas, ele se recusou sentar na cadeira presidencial.
Disse: “na sala eu posso ficar, mas a cadeira é do presidente, nela eu não sento”.
O socialista milionário I – Faleceu em Lisboa o comendador Rui Nabeiro, 91, conhecido com um socialista milionário, que era o melhor amigo dos trabalhadores.
Logo no início da pandemia tomou decisões: não iria pedir quaisquer ajudas ao Estado, nem demitiria ninguém.
Pagou do próprio bolso.
O socialista milionário II – O comendador nasceu numa família pobre.
Trabalha desde menino e logo assumiu a direção da torrefação do seu pai, que transformou numa das maiores e poderosas empresas nacionais.
O socialista milionário IIII – Ele se dizia socialista, mas não seguia o Partido comunista português.
O legado do comendador é da empresa Delta, que tem mais de três mil trabalhadores.
O grupo alargou-se a diversos negócios, dos vinhos ao imobiliário e hotelaria.
Falta d’água - Milhares de crianças em Singapura terão apenas disponível nas torneiras das suas escolas uma gota de água: não porque o país viva um período de escassez, mas porque organizou uma grande operação de racionamento de água para alertar a população, em particular os jovens, sobre os desafios de conservar os diversos recursos disponíveis.
Bom exemplo!
(Coluna "Por trás da notícia" publicada no jornal AGORA RN)