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Opinião: "Jovens, os que mais sofrem com pandemia"

Postado às 17h01 | 29 Jul 2020

Ney Lopes

A pandemia está impondo choque triplo nos jovens, afirma a OIT em estudo. Não apenas ela está destruindo empregos, mas também interrompendo educação e treinamento, além de colocar enormes obstáculos no caminho dos que estão tentando entrar no mercado de trabalho.

O temor é que as aspirações dos jovens não necessariamente reflitam as necessidades futuras do mercado de trabalho futuro e isso aumente as dificuldades de emprego. No início, as preocupações da pandemia se voltaram para os mais idosos, que pela recomendação do isolamento social correriam o risco de ficar ainda mais isolados, que o resto da população.

Crianças e adolescentes comemoraram “férias forçadas" e até ganharam mais liberdade para ficar na internet. Mas, o que demonstram pesquisas ao redor do mundo é que, cada vez mais, os jovens têm sofrido maior impacto. Estudo britânico do “The Lancet Psychiatry” confirma, que um quarto (25%) dos entrevistados apresentou algum tipo de abalo na saúde mental, quando antes era 20%.

Curiosamente, os índices de estresse psicológico foram mais altos para jovens de 16 a 24 anos, do que para a população com 70 anos ou mais. Outra pesquisa revela que indivíduos de 16 a 24 anos de idade são os que mais sofrem de solidão.  A UNICEF constatou que 4.8 milhões de milhões de estudantes vivem em famílias, que não têm acesso à internet.  

Para esses jovens, que representam quase 14% do total, a pandemia significou a interrupção imediata do aprendizado.  

O que virá para eles depois da pandemia?

Não dá para saber.

São tantas as variáveis em jogo, que qualquer previsão será frustrada.

A única certeza é a mudança, que levará os jovens a enfrentarem esse processo com garra, determinação e poder de inovação social. Para que isso aconteça, um fato é incontroverso: somente o Estado Social dará a eles essa proteção e incentivo.0

A lei da oferta e da procura, jamais terá tal função.

Portanto, a educação pós-pandemia deve ser repensada, para tornar-se não apenas exposição de conteúdo, mas espaço de discussão, que permita aos jovens e adolescentes de hoje, construírem a sociedade do amanhã.

 

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