Postado às 17h30 | 10 Mar 2021
Ney Lopes
Lamentável o desfecho da conciliação mediada pelo desembargador do TJRN, Dilermando Motta, que reuniu o prefeito de Natal, Álvaro Dias e a governadora do Estado, Fátima Bezerra, visando unificar as regras sanitárias no combate a pandemia no RN.
O prefeito Álvaro Dias transigiu, flexibilizou.
A governadora Fátima Bezerra manteve-se inflexível. Adotou o discurso de defesa da vida e nada cedeu. Partiu do princípio que a sua orientação, traduzida no decreto editado, era o único caminho correto.
O impasse fixou-se em apenas 1 hora para decretação do isolamento: a governadora exigiu o fechamento às 20 horas e a Prefeitura propôs 21 horas. No mais, o prefeito Álvaro Dias acolheria a orientação de Fátima Bezerra.
A conclusão é que o Governo do estado manteve postura de rigidez, o que certamente afetará trabalhadores, comércio e atividades em geral, pela manutenção do que defende Fátima, ou seja, o fechamento às 20 horas, ao invés de 21 horas.
Jamais esse espaço de tempo poderia ser responsabilizado pela disseminação do vírus.
A defesa da saúde pública, da vida humana, são regras absolutamente necessárias.
Todavia, destoou o comportamento de intransigência da Governadora do estado..
Ela não defendeu a vida.
Ela defendeu o que pensa lhe beneficiar politicamente em 2022.
Por trás da posição de radical de Fátima está o “recado” de condenação tácita a certas posições de Bolsonaro.
Ou seja, o natalense assiste em plena pandemia a antecipação da eleição de 2022. O que se pode dizer é que o bolsonarismo e o petismo radicais são muito parecidos. Os extremos se encontram
O prefeito Álvaro Dias quis conciliar, com bom senso. Mas, não conseguiu.
Parabéns ao Desembargador Dilermando Motta pela iniciativa que teve.
Infelizmente, não atingiu o relevante objetivo por ele desejado.