Postado às 05h14 | 20 Set 2023
Habitantes da ilha de Lampedusa, na Itália, exemplo de solidariedade humana
Um pedido inicial ao internauta: leia esse texto e tome conhecimento do maior flagelo, que atualmente atinge o planeta.
Mais grave do que as guerras e catástrofes.
É o deslocamento permanente de milhares de refugiados vindos da África e regiões de conflitos, alimentados pelo sonho de ter uma vida melhor na Europa.
Um local emblemático na Europa de chegada desses migrantes é a ilha de Lampedusa, na Itália.
Por ser a área geográfica europeia mais próxima da África (150 km de distancia), Lampedusa é o refúgio preferido nesta trágica década de violência, fome, frio e solidão.
A ilha recebe cerca de 70% de todos os migrantes que chegam a Itália.
Este ano mais de 127.000 migrantes chegaram a Itália por via marítima, quase o dobro do número registrado no mesmo período do ano passado.
Nos últimos dias, desembarcaram em Lampedusa cerca de oito mil pessoas, que formam filas enormes à espera de assistência humanitária.
Número maior do que os sete mil habitantes da ilha.
Viajando em embarcações velhas e improvisadas, enfrentam o mar bravio.
Grande proporção, não alcança o destino.
A maioria dos migrantes procede da África subsaariana, que é uma região do continente africano composta por 47 países, que se localiza geograficamente abaixo do Deserto do Saara.
Neste contexto, ressaltam-se as virtudes de solidariedade humana do povo de Lampedusa, o que já justificou falar-se que a ilha deveria ganhar um prêmio Nobel.
Mais uma vez, os habitantes juntaram-se para ajudar os refugiados.
Os restaurantes fecharam, em plena época alta de turismo, para poderem cozinhar para estas pessoas.
A mídia descreve que foram panelas e panelas, com quilos e quilos de comida, para alimentar milhares de pessoas. Não houve um único incidente, nem qualquer tipo de confronto
Em 2013, poucas pessoas tinham ouvido falar em Lampedusa, quando o Papa Francisco fez a sua primeira viagem, desde a sua eleição.
O Pontífice visitou a ilha e em altar feito de um barco pintado, celebrou missa penitencial em intenção dos migrantes sepultados no mar, lamentando que o mundo tenha negligenciado essa situação.
Na homilia, Francisco disse que “neste mundo globalizado, caímos na indiferença globalizada. Acostumamo-nos que o sofrimento dos outros: não me afeta; não me preocupa; não é da minha conta!".
Para agravar o sofrimento dessas multidões desamparadas, o Presidente da Tunísia, Kais Saied, lidera campanha xenófoba de discriminação racial contra africanos, obrigando as fugas em massa.
Muitos migrantes, incluindo crianças, morreram no deserto, para onde foram levados pelas próprias autoridades tunisianas.
Cresce na Europa o apelo dos governos para que a União Europeia tome providencias e evite a continuidade desses dramas coletivos.
O Pacto sobre Asilo e Migração está em discussão há quatro anos e prevê a distribuição dos requerentes em asilos nos vários países, ou, na sua falta, uma contribuição financeira
As eleições para o Parlamento Europeu serão em 2024.
Com certeza, esse tema migratório estará na linha de frente.
Não há mais tempo para esperar as soluções.