Postado às 17h23 | 06 Ago 2020
Ney Lopes
Muito oportuna a posição do diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, contrária ao “nacionalismo” na descoberta de vacinas. Apelou para que haja “consenso global”, seja qual for o país que descubra a vacina. Todos os países devem se recuperar juntos Cerca de 26 possíveis vacinas estão sendo testadas, em diferentes fases.
O novo coronavírus matou mais de 700.000 pessoas em todo o mundo e infectou mais de 18,8 milhões.
Bom lembrar, que Albert Sabin, médico e pesquisador polonês se tornou referência mundial ao descobrir a vacina contra poliomielite (paralisia infantil). Ele teve um trabalho por mais de 60 anos, dedicado ao estudo de doenças infecciosas. Por espontânea vontade renunciou aos direitos de patente da vacina que criou, para que todos os países pudessem produzi-la e oferecer às vítimas, o que facilitou a imunização de milhões de crianças.
A OMS considera a vacinação um componente essencial do direito à saúde, responsabilidade individual, comunitária, social e governamental, não sendo aceita a monopolização dos mercados que torna inacessível à maioria da população. O que as nações e instituições terão que fazer é anunciar que a vacina contra o coronavírus não pertencerá a ninguém. É um bem comum. A União Europeia já anunciou que apoia e se dispõe a aprovar legislação para que isso aconteça.
A ONU terá que fazer um anúncio global, que torne a vacina bem comum global. Quanto mais depressa a vacina chegar às pessoas, mais depressa se poderá abrir a economia e regressar às atividades sociais normais. O coronavírus está sendo um flagelo, sem precedentes na história da humanidade.
Pessoas sofrem, especialmente os mais pobres e, em países como Bangladesh, Índia e Paquistão. Perderam todo o seu salário, porque os negócios pararam. Já gastaram as suas economias. A única saída será a solidariedade mundial para reconstruir o que está sendo, ainda, destruído.
Em várias fases da história já foi demonstrado, que isso se tornou possível.
A tragédia de 2020 não será exceção.
Chegou a hora do planeta unir-se, em defesa da vida humana.