Postado às 06h17 | 17 Jun 2022
Ney Lopes
Esta é uma sexta, 17, de suspense na Petrobras.
Os dirigentes da empresa anunciaram que haverá reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel.
Não se sabe ainda os percentuais, salvo especulações.
O presidente ontem, em sua live, deixou claro que não admite.
Considera, inclusive, que é um gesto político contra o seu governo.
Declarou: ““Espero que a Petrobras não queira aumentar o diesel e aumentar a gasolina nesses dias em que estamos negociando com o Parlamento, com tremenda boa vontade dos parlamentares”.
Segundo Bolsonaro “ a Petrobras está rachando de ganhar dinheiro. O diesel está lá em cima, em função de impostos e também em função do preço cobrado”.
Estabeleceu-se o confronto com a declaração de José Mauro Coelho, presidente da Petrobras, argumentando que já havia esperado pela aprovação da redução do ICMS no Congresso e que não é possível esperar mais.
Houve divergência entre os conselhos, mas a decisão de manter o poder da diretoria prevaleceu.
O governo tenta trocar José Mauro Coelho por Caio Mário Paes de Andrade o comando da empresa estatal, mas entraves burocráticos dificultam.
A última vez que o litro da gasolina foi reajustado nas refinarias foi em 11 de março, em 18,7%, passando de R$ 3,25 para R$ 3,86 nas refinarias.
Se confirmada hoje, será a primeira alta em mais de três meses.
Já o diesel está congelado desde 10 de maio, quando o custo para as distribuidoras passou de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro.
A direção da Petrobras alertou o governo mais uma vez sobre a possibilidade de desabastecimento de diesel caso o preço não seja reajustado. Isso porque o país precisa importar cerca de 30% do que consome.
Não se pode negar que há um esforço conjunto do governo e do Congresso para evitar novos impactos de preços no bolso do consumidor.
Já foi aprovado o projeto que limita em 17% a tributação dos estados e municípios sobre combustíveis.
Segue a negociação proposta que prevê a União compensando os estados que zerarem ICMS de diesel e gás de cozinha.
O apelo, portanto, é para a Petrobras evitar o aumento nesse momento de dificuldade global, considerando que soluções estão em marcha.
É a única forma de conter a alta inflacionária.
Realmente, problema complexo. Nem o Presidente da República e o Congresso conseguem solução.
Por outro lado, governadores e prefeitos, precisam entender que o sacrifício temporário tem que ser de todos, mesmo que o limite de 17% do ICMS não seja a alternativa ideal.
Porém, é a possível.