Postado às 06h12 | 22 Abr 2021
Ney Lopes
Hoje, 22, um dia importante para a humanidade. Começa a Cúpula de Líderes sobre o clima, convocada pelo presidente Biden dos EEUU.
A cúpula será realizada entre quinta, 22, e sexta-feira, 23, em formato virtual.
Quarenta líderes mundiais foram convidados a participar do evento, que reunirá em um mesmo palco os maiores emissores de carbono, países que já sofrem com os efeitos das mudanças climáticas e nações que desenvolvem práticas inovadoras sobre o tema.
Há expectativa em torno da posição do governo brasileiro, que prometeu, em carta a Biden, zerar até´2030 o desmatamento ilegal na Amazônia. No entanto, o mero aceno ao comprometimento não deverá ser suficiente para arrefecer as desconfianças dos países em relação à nossa agenda ambiental.
O Brasil, portanto, terá o papel de avançar e apresentar medidas mais concretas no curto prazo, que demonstrem efetivamente o desejo do governo federal de cumprir com as promessas feitas.
Com o novo ministro das Relações Exteriores certamente deve haver uma preocupação em atenuar o discurso.
Sobretudo pela própria personalidade e pela própria liderança do chanceler, que tem um perfil muito diferente do chanceler anterior.
É improvável que o embaixador Carlos França reproduza a narrativa antiglobalista e agressiva, anteriormente usada pelo então chanceler Ernesto Araújo. O que se espera é o governo. Bolsonaro apresente bons planos de atingimento das metas fixadas, o que permitirá que o país e torne palco de investimentos internacionais para o financiamento das políticas de combate à mudança climática.
No momento, fica um voto de confiança no bom desempenho do Brasil nesta Cúpula.