Postado às 16h23 | 08 Out 2020
Ney Lopes
Hoje, 8 de outubro: dia do Nordestino.
A data foi criada em homenagem a um dos ícones da cultura nordestina no século XX, Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, popular poeta, cantor e compositor cearense.
No 8 de outubro de 2009, quando foi comemorado o primeiro Dia do Nordestino, a Câmara Municipal de São Paulo homenageou não só Patativa do Assaré, mas também o poeta nordestino Catulo da Paixão Cearense. Catulo é apontado por muitos como um dos mais prolíficos compositores da música nacional, autor de canções como "Luar do Sertão", cantada por Luiz Gonzaga,
O nome “Patativa” surgiu devido à semelhança entre seu canto e o do pássaro Patativa, ave nordestina que possui um canto mavioso e singular.
A poesia de Patativa do Assaré atravessou os terreiros dos sítios e fazendas para se abrigar nas praças, junto aos feirantes. Invadiu as ondas do rádio e se difundiu na mídia de tal maneira que não há como classificá-lo entre “popular” e “erudito”, “regional” e “universal”, pois o canto de Patativa é eterno e universal. Patativa é considerado o gênio da literatura de cordel, por ser um poeta dotado de habilidades especiais.
Neste dia do nordestino, instituído em sua homenagem, recordo uma “quadrinha” na qual o próprio poeta disse como gostaria de ser visto após a sua morte:
“Conheço que estou no fim
e sei que a terra me come,
mas fica vivo o meu nome
para os que gostam de mim”.
Patativa imortalizou a palavra saudade, que tem significado especial na língua portuguesa. Disse ele: “Essa palavra saudade eu ouço desde criança; saudade de passado não é saudade, é lembrança; saudade só é saudade quando se perde a esperança".