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Opinião: "“Habemus  ministro!”"

Postado às 06h49 | 11 Jul 2020

Ney Lopes

O Brasil tem, enfim, ministro da Educação, que cuidará do financiamento da educação básica pública e mudanças na formação de professores, até o modelo de funcionamento das universidades federais. O pastor Milton Ribeiro será o quarto ministro nomeado. O primeiro, colombiano Ricardo Vélez, foi demitido (abril de 2019), em meio a polêmicas, entre elas, a pretensão de mudar a forma como o golpe de 1964 e a ditadura militar são retratados nos livros didáticos, "para dar uma visão mais ampla da história".

Em seguida, Bolsonaro nomeou Abraham Weintraub, com o objetivo de "acalmar os ânimos". O tiro saiu pela culatra! Weintraub tornou-se um dos ministros mais beligerantes da história administrativa brasileira. Com posições de ultradireita, agrediu as Universidades, o STF, o Congresso, a China, a comunidade judaica brasileira, os estudantes.

O curioso é que, enquanto assim agia, o seu prestigio crescia entre os apoiadores do presidente. Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, o chamou de “melhor ministro da educação de todos os tempos”.

Neste cenário conturbado, agravado pela pandemia, chega o “pastor-ministro”. Depara-se com as escolas fechadas, o ENEM de 2020 remarcado, necessidade de ajustes no Plano Nacional de Educação. O maior desafio será a renovação do FUNDEB (mais de 60% dos gastos na educação pública), que entrou em vigor em 2007 e expira em 31 de dezembro de 2020. Obrigatoriamente, até o final do ano terá de ser aprovado o novo FUNDEB, caso contrário não haverá dinheiro para pagar salários de professores, manutenção e construção de escolas etc. O novo ministro é graduado em Teologia e Direito.

Com a indicação, o presidente acenou à bancada evangélica, mas o pastor Silas Malafaia, ligadíssimo ao Planalto, desmentiu que os evangélicos fizeram a sugestão. Em princípio, parece satisfatório o perfil de Milton Ribeiro.

O seu teste de fogo será conviver no MEC com a chamada “ala ideológica” do governo, que mantém proximidade com o polemista Olavo de Carvalho, e alas militares.

Precisará de muita diplomacia e proteção de Deus.

 

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