Postado às 08h33 | 23 Jun 2020
Ney Lopes
A tarde de hoje, 22, terminou com alerta da OMS, de que o quadro da pandemia piora no mundo. As causas mais graves seriam a falta de lideranças globais e unidade de ação no combate a catástrofe. Além de uma questão de saúde pública, o tema foi “politizado”, cujos maiores exemplos são os Estados Unidos e, infelizmente, o Brasil.
Constatou-se ultimamente recorde no número diário de novos casos, com mais de 180 mil diagnósticos em todo mundo. O nosso país está com maior número total de novos casos diários. Outros países das Américas, como o Chile e o Peru também ajudam a puxar a aceleração.
Enquanto isso, a maior crise de saúde do último século, ao invés de reduzir expande-se na chamada “segunda onda”. A Coréia do Sul é exemplo. Embora tenha investido na testagem em massa da população e isolamento dos casos identificados, o país apressou-se em suspender o afastamento social. Resultado: já enfrenta a segunda onda epidêmica. Em Pequim há ameaça idêntica.
Na Alemanha recrudesce o aumento da curva epidemiológica. Nos últimos dias foram registrados cerca de 700 casos de trabalhadores de um matadouro e uma fábrica de embalagens. Até agora, cerca de 8,5 milhões de pessoas foram infectadas em todo o mundo e mais de 454.000 morreram, segundo o último balanço da Universidade Johns Hopkins.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ―o braço da OMS no continente latino-americano― constata que o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, nega a pandemia e ordenou que seus seguidores saíssem pelas ruas de Manágua sob o lema “Amor nos tempos da Covid”. Houve aumento considerável de mortes e contágios.
Ontem, 22, à tarde, Bolsonaro disse que não será possível pagar mais duas parcelas do auxílio emergencial, no valor de R$ 600 reais, e voltou a falar em suspender o isolamento, o que defende desde o início.
Deus queira que o Presidente tenha razão e seja possível essa suspensão.
Entretanto, o mundo mostra o contrário, o que coloca o Brasil literalmente num “fio de navalha”.