Postado às 06h22 | 19 Set 2020
Ney Lopes
Finalmente, a governadora Fátima Bezerra (RN) faz o que já deveria ter feito, sobretudo por ser educadora. Há certo tempo está provado que o ambiente escolar não é um fator preponderante na pandemia, desde que adotadas as cautelas necessárias.
Mesmo assim, a governadora do RN somente em 5 de outubro autorizará o retorno às aulas da rede privada de ensino e as Instituições de Ensino Superior (IES). Na rede oficial, infelizmente, os alunos continuarão privados das aulas presenciais. Na decisão, ela usa dois pesos e duas medidas.
Se o governo define obrigações para o ensino privado, deveria dar o exemplo e também fazer o mesmo na rede pública. É incompreensível abrir bares, shoppings centers e igrejas, que têm seguramente um risco muito maior, e manter as escolas fechadas.
Não se discute a necessidade de prudência em decisões desse tipo.
Porém, é indiscutível que os governos devem priorizar a continuidade da educação. O fechamento de instituições escolares só deve ser considerado, quando não houver alternativas.
O prefeito Álvaro Dias percebeu isso e autorizou o retorno às aulas em Natal.
Um bom parâmetro, além das avaliações epidêmicas locais, é seguir a experiência mundial. Foi publicado recentemente guia atualizado com protocolos sanitários e medidas de segurança contra a disseminação do novo coronavírus na volta às aulas. Essas orientações são da Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).
De acordo com o documento, o objetivo é ajudar governos e educadores a tomarem decisões sobre o funcionamento das escolas, com a maior segurança possível, durante a pandemia.,
Estão inseridos no documento, sugestões de protocolos que incluem distanciamento social, modificações de horários e revezamentos de turmas, uso de máscaras, medidas de higiene, plano de ventilação adequada e cuidados sanitários com alunos, professores e funcionários.
Se o mundo está agindo assim, o RN mais uma vez chega atrasado.
Porém, é o caso de dizer: “antes tarde do que nunca”.