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Opinião: "Estratégias de Lula e Bolsonaro"

Postado às 06h03 | 05 Mai 2022

Ney Lopes

A pré-campanha presidencial está a cada dia mais aquecida a cinco meses do primeiro turno da eleição.

Os principais candidatos dão “recados”. Ora fazem “gol”. Ora “bola fora”.

Ultimamente, a revista “Times” publicou matéria de capa com o ex-presidente Lula, na qual ele critica e chama de “cara” o presidente Zelensky da Ucrânia ao declarar:

“Ele é tão responsável quanto o Putin. O comportamento desse cara é esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. Ou seja, ele aparece na televisão de manhã, de tarde, de noite, aparece nos parlamentos como se estivesse fazendo uma campanha”.

Absoluto e total equívoco de Lula.

Sabe-se que a Ucrânia foi invadida, ferida em sua soberania.

Em fevereiro, antes da guerra começar, o presidente Zelensky, num discurso emocionado, falando em russo. apelou à Rússia para evitar uma "grande guerra na Europa". Volodymyr Zelensky quis dialogar antes do conflito, ao contrário do que acusa Lula.

Ele pediu audiência a Putin e não obteve resposta.

Sempre disse que uma guerra com a Ucrânia “depende” da Rússia.

Em resposta Putin concentrou quase 200.000 soldados e milhares de veículos de combate na fronteira ucraniana.

O posicionamento de Lula favorece Bolsonaro que, a pretexto de proteger o agronegócio, tem assumido posições dúbias de condenação a Putin, embora o Brasil seja o único país do BRIC, que na ONU votou contra a invasão.

Na sequência da pré-campanha,  ultimamente as pesquisas – agora aplaudidas pelo bolsonarismo – apontam crescimento do presidente.

Bolsonaro mostra que há respaldo popular ao seu governo.

O petista engaja no seu palanque movimentos sociais, sindicais e de direitos humanos.

No último primeiro de maio, Bolsonaro desbancou Lula, que teve de enfrentar a falta de público no movimento das centrais sindicais.

O presidente inseriu –se no que chamou de ato “pró-liberdade de expressão”, que tinha como alvo preferencial o Supremo Tribunal Federal (STF), o que põe em risco a ordem constitucional.

A campanha de Lula anuncia mudanças para atingir às ruas, o eleitor comum, e não apenas os ativistas de esquerda como vem ocorrendo.

Anunciam-se “caravanas ao nordeste” para colocar o ex-presidente no meio do povo, a exemplo do que já faz Bolsonaro.

Há consciência no petismo de que o importante é vamos falar de inflação e não de guerra ideológica, que não interessa ao cidadão.

Para atingir esse objetivo planejam-se ações para maior engajamento do eleitorado, com o envolvimento da classe artística, de influenciadores e de líderes do movimento estudantil.

Por outro lado, o presidente continuará apostando em vídeos de plateias inflamadas em aeroportos e na massificação das imagens de inaugurações e obras federais.

Bolsonaro estimula apoiadores para a realização de atividades de rua, sempre a partir da avenida Paulista, em São Paulo.

O grande momento seria em 7 de setembro, dia da Independência, a menos de um mês do primeiro turno.

Hoje são essas as estratégias de campanha dos líderes da campanha presidencial.

Vamos ver em que dará!

 

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