Postado às 06h51 | 03 Mai 2022
Ney Lopes
“Estado” publica hoje, em manchete a informação, que significa “reviravolta” nas previsões políticas de 2022, inclusive colocando em risco a aliança do MDB com o PT no RN.
A notícia é que o MDB caminha para apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro.
O grupo emedebista pró-presidente teria cerca de 70% dos votos da convenção nacional. Osmar Terra, deputado federal e ex-ministro da Cidadania, é uma das lideranças desse grupo e afirma que a maioria do partido tem visão de mundo semelhante à de Bolsonaro e que não é possível “sequer imaginar” o país governado novamente por Lula.
A ala lulista, é composta por parlamentares como o senador Renan Calheiros, minoria restrita ao norte e nordeste.
Levantamento dos integrantes da executiva aponta que, sem candidatura própria, o grupo pró-Lula no MDB conseguiria apenas 30% dos votos.
Os cálculos foram feitos com base no quadro de delegados e na leitura do cenário político em cada região.
A maioria do MDB tem restrições ao atual presidente, mas é antipetista”, disse a o deputado Alceu Moreira, que preside a Fundação Ulysses Guimarães.
O presidente da sigla Baleia Rossi, articula lançar rapidamente o nome de Simone Tebet para bloquear a tendência de apoio à Bolsonaro. O problema é que Tebet não passa de 2% das intenções de voto.
O MDB com Bolsonaro prejudicaria as disputas estaduais, sobretudo no Nordeste, gerando desconfianças no eleitor sobre o “jogo duplo” das lideranças.
O RN é um caso emblemático.
Lula pessoalmente cooptou o senador Garibaldi Alves e o seu filho para apoiarem a reeleição de Fátima Bezerra.
Além disso, o sobrinho de Garibaldi chega também ao palanque petista como candidato ao Senado e traz consigo a contradição do seu partido - o PDT - ter como candidato o ex-ministro Ciro Gomes..
Não se pode negar que as alianças dos emedebistas e pedetistas potiguares com o PT estão em risco de cisão.
No mínimo, de perda de credibilidade,..
Ficará difícil fazer campanha diante de tamanhas contradições.
No caso do MDB do RN a saída seria a senadora Simone Tebet manter-se candidata, para ganhar ou perder.
No PDT será Ciro "engolir" Carlos Eduardo com Lula, ou aceitar a montagem de dois palanques no estado..
Pelo menos, salvariam as aparências.
Mas se indaga: será que salvariam mesmo?