Postado às 04h33 | 04 Dez 2020
Ney Lopes
A economia brasileira cresceu 7,7% no terceiro trimestre de 2020. Esse crescimento não foi suficiente para compensar as quedas sucessivas nos dois primeiros trimestres do ano.
Em relação ao mesmo período de 2019, a variação do PIB do terceiro trimestre foi negativa, com queda de 3,9%. O PIB é o resultado da soma de todos os novos bens e serviços produzidos em um país em certo período de tempo. Por ser um indicador de quanto e como a economia produziu naquele intervalo, ele aponta se a atividade econômica expandiu, encolheu ou se manteve igual na comparação com outros momentos.
É relativamente normal haver uma certa recuperação com todos os estímulos que foram colocados pelo governo.
Mas há dúvidas em relação ao futuro.
Do ponto de vista do auxílio emergencial, o governo não tem dinheiro para fazer auxílio emergencial adicional. Mas ele tem outros instrumentos, que são instrumentos de política monetária como manter os juros bem baixos, facilitando linhas de crédito. Isso vai ajudar a estimular a economia também.
O começo de 2021 promete ser um começo de ano de muita interrogação. Se o auxílio emergencial continuar acontecendo, ele acontece ou com o governo se endividando muito. Se ele não conseguir manter o auxílio emergencial, uma parte importante da população que hoje tem poder de conta por conta desse auxílio vai ter problemas para consumir, o que gera um problema social.
Olhando para frente, precisamos ver se o consumo das famílias voltar a subir. Até porque, em uma situação de estresse como esta, é normal as pessoas tentarem fazer o máximo de poupança possível.
O mais importante, que não está sendo bem cuidado, é a existência de um plano de vacinação o mais rápido possível – qualquer que seja a vacina.
A doença se propaga. Enquanto essa situação perdurar a economia estará travada.
A única solução é a vacina para combater a Covid-19 e torná-la coisa do passado.