Postado às 09h38 | 26 Abr 2020
Ney Lopes
Esperava-se que o ministro da Saúde Nelson Teich, colocasse em prática plataforma de combate à pandemia, em linha oposta ao ex-ministro Manetta. Tudo em razão, do que insinuava o Presidente.
Nada aconteceu.
O médico Nelson Teich parece ter apenas alcançado o seu sonho, que era ser ministro da saúde, desde a hora em que coordenou a área de saúde, na campanha de Bolsonaro. Prometeram-lhe este “presente”, que lhe foi entregue somente agora, num clima de gravíssima crise sanitária. Pode ser alegado que ele age com cautela, colhe informações e planeja.
Tudo bem! Mas era justamente isto que fazia o ex-ministro Mandetta, aplaudido até hoje pela país. Reconheço que Mandetta não poderia continuar no governo, pela incompatibilidade pública com o Presidente. O ato de substituição foi legítimo, pois “quem nomeia demite”.
O que se discute, entretanto, é a linha de ação no combate a pandemia. Está provado que o “isolamento social” parcial (preservadas as áreas essenciais) é o caminho correto, inclusive para preservar o emprego. As pressões “econômicas” para abrir de qualquer jeito dão resultado em alguns estados e cidades.
Quais as consequências?
O aumento do número de mortos e infectados, principalmente em SP. Há quem ingenuamente raciocine, que os “hospitais estão vazios” e que tudo é exagero. Falta de visão, ou desejo de aplaudir Bolsonaro.
O mundo comprova que o vírus não mata “humanos” em grande quantidade, mas “mata” as estruturas hospitalares, impossibilitando-as de atender os doentes. É justamente isto que a política de Mandetta evitou que acontecesse até hoje, no Brasil. Não existem negócios rentáveis, sem pessoas humanas consumindo.
Tal circunstancia justifica, que primeiro se cuide dos seres humanos e depois da economia. Quanto mais rápido termine a quarentena, melhor para todos. Porém, tal objetivo só será alcançado com bom senso, ciência e firmeza nas ações.
Não há outro caminho conhecido!