Postado às 07h21 | 01 Jun 2020
Ney Lopes
Começa mais uma semana.
Alguma perspectiva de paz política nacional? A curto prazo, não. Cada dia pior e posições mais radicalizadas, lado a lado. Algumas evidencias saltam aos olhos, sem que boa fatia da população reconheça, em razão do fanatismo pró governo Bolsonaro competir em velocidade, com a propagação do “vírus”.
Por justiça, há até algumas situações, em que o governo tem razão. Porém, a agressividade com que o presidente se pronuncia, retira qualquer possibilidade de diálogo.
Sempre piora o quadro. Segundo o jornalista Lauro Jardim, o general Heleno, do gabinete institucional, teria aconselhado “esquecer”, o que Bolsonaro dispara de agressões todas as manhãs, ao sair do Alvorada. Outros deputados governistas, simplesmente justificam, dizendo que “ele é assim mesmo”.
Na verdade, esquecendo, ou achando que é assim mesmo, o “estilo Bolsonaro” não combina com a postura de um Presidente da República, por mais “autentico” que ele deseje ser. O comportamento de um chefe de governo provoca efeito imitação. Ontem, 31, Bolsonaro sobrevoou a manifestação fanática que o aplaudia, andou sem máscara no meio da multidão.
Achou pouco, montou um cavalo e continuou no meio do povo, sem nenhuma cautela sanitária.
Enquanto isto, o país já contabiliza, quase 30 mil óbitos e é o quarto no mundo com mais vítimas. Esse número é pelo menos 14 vezes maior, que o previsto pelo deputado Osmar Terra, o grande crítico do isolamento social e “conselheiro predileto” do presidente, que classificou a epidemia de “gripezinha e mataria menos do que “gripes sazonais”.
Pelo que se percebe, a estratégia do governo continua inflexível. Ele alimenta diariamente o “núcleo duro” dos seus apoiadores, através de afirmações incendiárias e inflamadas.
Bolsonaro dá impressão, que irá aos extremos, mesmo que já perceba, não ser possível o desfecho final de uma ruptura democrática.
Para felicidade geral da nação, as instituições democráticas brasileiras resistem, embora quem pergunte como vai o país, a resposta seja a mesma: “Está tudo como dantes no quartel d’Abrantes”.