Postado às 16h51 | 25 Mai 2020
Ney Lopes
No instante em que o presidente fala em priorizar a economia, o “czar” Paulo Guedes, a exemplo do que relatou o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, “dita as regras do jogo” e quem se opõe ao que pensa, ele acusa de prejudicar a reeleição em 2022.Enquanto isso, a economia cai dia a dia, em razão das crises política e sanitária, realimentadas diariamente.
O Correio Braziliense divulgou matéria, que mostra a estratégia de Guedes para ““agradar” a” Bolsonaro e não admitir “sombra”. Assim, ele agiu ao “detonar” o ministro Rogério Marinho, que tentou um programa amplo de investimentos públicos em regiões carentes.
Relatório do “Instituto de Finanças Internacionais”, que reúne bancos de investimento, fundos e bancos centrais em 70 países, demonstra que o Brasil é o país com maior atenção global, por causa da rápida deterioração do seu cenário econômico, cujas causas são crise política permanente e má condução da crise sanitária.
Veja-se, por exemplo, a decisão da OMS, que suspendeu os testes com a hidroxicloroquina, enquanto o governo brasileiro faz exatamente o contrário. As vacilações, confrontos do presidente com os poderes judiciário, legislativo, governadores, prefeitos, instituições cientificas, geram profunda desconfiança ao investidor, pela incerteza de volta à estabilidade política, que permita reformas necessárias.
A conclusão é que o Brasil acumula três crises: saúde, por conta do vírus; política, por conta do ruído permanente do presidente, e a fiscal. Percebe-se que a crise política derruba a economia. Portanto, caem por terra os exageros, de que o isolamento social retiraria o emprego dos mais pobres.
Sem vencer o vírus, não haverá emprego. E para vencer o vírus, o mundo não apoia a conduta do governo brasileiro, com o presidente nas ruas, estimulando aglomerações, sem usar proteção, além de confiar, que tendo o apoio das Forças Armadas, terá a força suficiente para manter-se no poder.
Se os investidores estrangeiros pensam assim, imaginem os brasileiros com bom senso, que desejam o bem do país.