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Opinião: "Cresce o drama do desemprego"

Postado às 06h12 | 19 Out 2021

Ney Lopes

Não é apenas o Brasil, que atravessa crise econômica aguda.

A inflação ao consumidor nos 19 países que usam o euro acelerou a 3,4% em setembro sobre o ano anterior, de 3% em agosto, chegando à leitura mais elevada desde setembro de 2008 e acima da expectativa de analistas de 3,3%.

Constata-se  o maior aumento de preços, desde antes da crise financeira global.

A inflação acelera nos EUA e chega a 5,4% em 12 meses, puxada por preços de alimentos e moradia.

Em nosso país, a previsão do mercado financeiro para o IPCA, considerada a inflação oficial do país, subiu de 8,59% para 8,69%.

Neste contexto sombrio, a maior preocupação é volta a um ritmo de crescimento medíocre, após a pandemia. O cenário sinaliza o pior, que é o desemprego permanecendo alto em 2022 e só voltando ao patamar pré-Covid em 2023.

De acordo com o último Focus, há uma expectativa de crescimento do PIB de 5,27% este ano.

Para 2022, hoje é estimada uma elevação de 2% —mas essa estimativa já foi de 2,5% no começo do ano e tem passado por constantes revisões para baixo.

Além dos desafios da pandemia, o cenário eleitoral no próximo ano também deve prejudicar o crescimento e um aumento dos investimentos.

Politicamente o presidente transfere a responsabilidade da crise econômica para governadores e prefeitos, culpando-os pelo desemprego alto, atribuindo à política do "fique em casa", de distanciamento social, a responsabilidade pelas perdas no mercado de trabalho.

Na verdade, a busca dos brasileiros por um emprego ainda deve ser longa.

Apesar do país mostrar sinais de recuperação, o mercado de trabalho ainda demora a reagir com força.

O país poderá crescer em retorno 5% este ano e mais de 2% no ano que vem, devendo levar até 2023 para que o mercado volte ao patamar de antes da crise sanitária.

O desemprego médio esperado para este ano é de 14,3%, superior ao observado em 2020 (13, 5%).

Não se sabe como vai ser o dia de amanhã.

A única certeza é que alguns setores não vão voltar ao que já foram.

A pandemia ressaltou as anomalias do mercado de trabalho.

Diversos levantamentos já mostraram, que ela acentua as desigualdades pré-existentes, que não eram pequenas. Infelizmente, sairemos dessa catástrofe mais desiguais.

Estudo do “IDados” e baseado na Pnad mostra que as maiores perdas do mercado de trabalho se deram entre os mais pobres.

Para as faixas com rendimentos mensais entre R$ 548,23 e R$ 1.176,26, a queda na ocupação foi de 14%, entre o primeiro trimestre de 2020 e o mesmo período deste ano.

 A esperança é que com o avanço da vacinação e a reabertura gradual do setor de serviços, a perspectiva seja de volta das vagas de menor remuneração, sobretudo informais.

A dúvida é se a variante delta prolongará as medidas de distanciamento social e se as empresas se sentirão seguras para reabrir vagas formais mais rapidamente.

 O quadro é de incertezas, porém sempre predomina a confiança da recuperação social e econômica que se aproxima e a humanidade irá superar as dificuldades atuais.

Assim seja!

 

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