Postado às 16h28 | 12 Jun 2024
Ney Lopes
A ressurreição de uma fábrica de automóveis no nordeste do Brasil é um símbolo do avanço global da China.
A BYD, empresa com sede em Shenzhen, assumiu uma antiga fábrica da Ford em Camaçari, Bahia, que foi abandonada pela montadora americana quase um século depois que Henry Ford iniciou suas operações no Brasil.
Quando o presidente Lula visitou a China, ele conheceu o bilionário fundador e presidente da BYD, Wang Chuanfu.
Após essa reunião, a BYD escolheu o país para ser seu primeiro centro automotivo fora da Ásia.
Sob um plano de investimento de mais de US$ 1 bilhão, a BYD pretende começar a produzir automóveis elétricos e híbridos este ano na unidade no estado da Bahia, que também fabricará chassis de ônibus e caminhões e processará materiais de baterias.
A nova fábrica no Brasil não é uma exceção: enquadra-se numa onda de investimento corporativo chinês nas cadeias de fornecimento de produção de veículos elétricos nas mais importantes economias em desenvolvimento do mundo.
A Indonésia é uma prova desse interesse chinês.
O país abriga as maiores reservas mundiais de níquel, um componente-chave das baterias usadas.
Só no ano passado, empresas domiciliadas na China e em Hong Kong investiram 13,9 mil milhões de dólares na Indonésia, a maior parte dos quais se pensa terem sido na indústria metalúrgica e mineira.
As empresas chinesas representam mais de 90% das fundições de níquel do país.
Na América Latina, o Brasil tornou-se o maior destino de exportação de veículos elétricos chineses.
A Great Wall, a maior montadora privada da China fundada em 1985, está investindo cerca de US$ 1,9 bilhão com produção prevista para começar este ano, em uma antiga fábrica da Mercedes-Benz em Iracemápolis, no estado de São Paulo. A empresa BYD tem procurado aumentar a extração do metal para baterias de veículos elétricos numa mina de lítio no estado de Minas Gerais.
A BYD foi fundada em 1995 por Wang, um ex-professor de metalurgia, e inicialmente se concentrou em pequenas baterias de lítio usadas nos primeiros telefones celulares, fornecendo para Motorola e Nokia.
Em seguida, migrou para a tecnologia limpa no início dos anos 2000, produzindo baterias maiores, bem como carros e ônibus elétricos.
O uso da tecnologia limpa significou uma ampla variedade de práticas e tecnologias ecologicamente corretas e a métodos de redução do impacto ambiental negativo de tecnologias convencionais, como a energia de carvão ou a de gás natural.
O rápido crescimento da BYD tem sido uma parte importante da ascensão da China como superpotência mundial em tecnologia limpa.
A indústria chinesa dá prova, mais uma vez, de capacidade produtiva, preços baixos e boa qualidade, do que é vendido.
A liderança global na produção de carros elétricos coloca o país em posição privilegiada, ultrapassando os seus concorrentes.
Hoje, uma realidade que não pode ser negada.
A mais antiga aliança diplomática em vigor entre países foi assinada no dia 13 de junho de 1373, entre Inglaterra (sucedida pelo Reino Unido) e Portugal, em um pacto conhecido como Aliança Luso-Britânica, ou Aliança Inglesa. Atualmente, esta aliança não é amplamente usada, ainda que siga em vigor.
Os portugueses também ajudaram a Inglaterra durante a Primeira Guerra Mundial e permitiram que os ingleses abrigassem um contingente militar e determinados privilégios em território português.