Postado às 06h38 | 24 Ago 2020
Ney Lopes
Há 66 anos, em 24 de agosto de 1954, assumia a Presidência da República, Café Filho, natalense, até hoje, o único potiguar que sentou definitivamente na cadeira de Presidente da República. Governou o país 14 meses.
Durante a juventude, atuou como o primeiro goleiro do Alecrim Futebol Clube (1918), em Natal (foto).
Em 1923 se candidatou a vereador. Derrotado, tentou novamente em 1928 e voltou a perder. Em 1934, Café Filho foi eleito deputado federal, cargo que ocupou novamente em 1945, na primeira eleição realizada, após o fim do Estado Novo.
Em 1950 elegeu-se, pelo voto direto, simultaneamente, vice-presidente da República e deputado federal (a legislação permitia).
Na disputa pela vice-presidência da República, Café Filho derrotou o seu adversário da UDN, Odilon Duarte Braga, com uma diferença de 200 mil votos.
A indicação como Vice deveu-se a “imposição do seu nome” pelo então governador de SP, Ademar de Barros. Café Filho sofria restrições de militares e igreja católica, que o consideravam de esquerda, pela luta social que empunhava. Ademar chegou a declarar: “A candidatura do Café Filho a vice-presidente será mantida, custe o que custar”.
Fato marcante foi a vinda de Café à Natal (1955), quando inaugurou o “prédio do IPASE (ou edifício Café Filho), situado na Esplanada Silva Jardim, bairro da Ribeira. Essa visita consolidou o acordo político, que permitiu a eleição do senador Diante Mariz ao governo do estado.
Em decorrência de compromisso assumido, Dinarte nomeou Djalma Maranhão, ligado a políticos do grupo cafeísta, para Prefeitura de Natal.
Com todas as glorias alcançadas na sua vida pública, Café Filho morreu pobre. Há fotos, ele usando ônibus para se locomover no Rio de Janeiro.
Carlos Lacerda, seu antigo adversário, o nomeou, conselheiro do Tribunal de Contas da Guanabara, para garantir-lhe a sobrevivência.
Em Natal, a sua cidade berço, não há um monumento em sua homenagem.
Para preencher essa lacuna, o vereador Ney Lopes Jr teve proposta aprovada na Câmara Municipal. Com esse gesto, o busto de Café será exposto em breve, no centro da cidade em que ele nasceu.