Postado às 07h38 | 31 Jan 2021
Ney Lopes
O clima político e econômico no Reino Unido parece ser de arrependimento por ter se retirado da União Europeia.
As empresas reclamam os atrasos e custos das novas barreiras, como a necessidade de controles sanitários, preenchimento de formulários e apresentação de declarações de importação e exportação.
Pescadores da Escócia sentem o impacto do atrito nas fronteiras, com as exportações de peixe e marisco, salmão, ostras e lagostins estragadas dentro dos caminhões e sem chegar a tempo nos clientes europeus, sobretudo França, Bélgica e Espanha, onde antes eram descarregados no espaço de 24 horas.
Na Irlanda do Norte, vários grandes supermercados sofreram interrupções no fornecimento, que resultaram em prateleiras vazias de alguns produtos alimentares devido à burocracia que implica transportá-los da Inglaterra, já que o país optou por permanecer na União Europeia.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alegou "problemas de adaptação" e continua a insistir nas "oportunidades" que existem fora da UE, mas para as empresas estas vantagens não são imediatas.
O Brexit alterou as regras do jogo do comércio mundial. As consequências ainda são incógnitas a serem decifradas.
Por enquanto, o maior arrependimento é dos britânicos, que eram felizes e não sabiam.