Postado às 06h53 | 05 Jun 2021
Ney Lopes
Há 49 anos, em 1972, por decisão da Assembleia da ONU, hoje, o dia 5 de junho, passou a ser a data mundial do meio ambiente.
O objetivo é trazer a debate a integração entre o meio ambiente e a economia.
A primeira comemoração ocorreu na cidade de Spokane, nos Estados Unidos e, desde então, as “celebrações” procuram alertar governantes, entidades empresariais e da sociedade civil organizada, ONGs, Igrejas, entidades educacionais e outras, quanto `a gravidade dos diversas problemas ambientais/ecológicos, criados pela ação irracional e irresponsável do ser humano, em todos os países, inclusive no Brasil.
A devastação do ambiente natural tem consequências, não apenas para o ar e a água, mas também para as empresas, que têm contado com recursos naturais gratuitos como a polinização, o ciclo da água, os ecossistemas marinhos e florestais.
Tal observação justifica que a preservação do "ambiente natural" aumentará a taxa de retorno sobre o capital no setor empresarial.
As empresas reagiriam investindo mais, aumentando assim a produtividade na economia.
E, com cada um desses impulsos, torna-se possível custear esforço maior, que preservaria o meio ambiente no mundo.
Pesquisa da Universidade de Columbia, confirma que a sobrevivência da humanidade exige que retiremos o CO2 já acumulado na atmosfera, com a garantia de que ele permaneça fora dela.
Para cobrir o custo, será possível estimular um mercado, no qual o carbono capturado é vendido para uso comercial.
O nosso país poderá ter cometido equívocos ao longo de vários governos em sua política ambiental, porém não assume as proporções das acusações feitas por certos líderes internacionais.
Colocar o Brasil como “boi de piranha” na questão ambiental, confirma a existência atrás de tudo isso, do “olho grande” de países, que desejam beneficiar-se da nossa biodiversidade.
Está provado que muitas ONGs internacionais (há exceções) chegam a Amazônia, travestidas de missões religiosas, ou, de presevação ambiental, quando a real intenção é a exploração econômica e comercial dos recursos naturais e não proteger a floresta, em benefício do planeta.
Estudos globais evidenciam, que todos os ecossistemas mundiais e não apenas o Brasil estão em processo acelerado de degradação permanente e trazem sérios riscos para o equilíbrio do clima.
Em consequencia, o regime irregular de chuvas contribui para o aquecimento global, aumentando os riscos de desastres naturais, provocados pelo ser humano e suas atividades, causando prejuízos econômicos, sociais, ambientais, geopolíticos e culturais.
As áreas mais afetadas são oceanos, florestas, regiões costeiras, polares, alagadas ou alagáveis, geleiras, savanas, cadeias de montanhas.
O fenômeno atinge o Brasil, não apenas na Amazônia , mas também no Pantanal, Cerrado, Caatinga, os pampas e a Mata Atlântica.
Está provado que muitas ONGs (há exceções) chegam a Amazônia, não com a intenção de preservar a floresta, mas usufruir lucros, até com a exploração clandestina das riquezas lá existentes. .
Sabe-se que o nosso país detém a maior diversidade do planeta.
As mais diferenciadas riquezas jazem nas cadeias de nucleotídeos e nos fito químicos dos bosques brasileiros.
Segundo a "Conservation Internacional", dos 17 países mais ricos em biodiversidade do mundo (entre os quais figuram Estados Unidos, China, Índia, África do Sul, Indonésia, Malásia e Colômbia), o Brasil está em primeiro lugar com 23% do total de espécies do planeta.
A Suíça tem apenas uma planta endêmica. Alemanha e o México pouquíssimas.
O Brasil tem 20 000, apenas na Amazônia.
Adiciona-se a isso a variedade de espécies vegetais, de mamíferos, aves, répteis, insetos e peixes da Mata Atlântica, do cerrado, do Pantanal, da caatinga, dos manguezais, dos campos sulinos e zonas costeiras.
Apenas, cerca de 10% da flora mundial foi estudada até hoje e só 3% é utilizada como matéria-prima.
A biodiversidade brasileira, portanto, é o cofre de um patrimônio químico inexplorado de remédios, alimentos, fertilizantes, pesticidas, cosméticos, solventes, fermentos, têxteis, plásticos, celulose, óleos e energia, além de moléculas, enzimas e genes, em número quase infinito.
Sem desejar reduzir a gravidade da pandemia pelo coronavírus, deve-se destacar que a poluição e a fome matam a cada ano 15,74 milhões de pessoas ou 4,4 vezes mais que a COVID-19.
O Dia do meio ambiente conduz a reflexão, de que somente a preservação racional da Amazônia poderá ser uma das alternativas para a produção de alimentos em abundancia, que abasteça o mundo.
É aí que surge o “nó górdio” da questão.
Países como os Estados Unidos e alguns europeus, que desejam liderar o agronegócio global, ficam incomodados e começam a levantar dúvidas, que possam inibir gradualmente os avanços nacionais na exploração econômica da biodiversidade amazônica.
O desafio brasileiro será desenvolver os usos econômicos dos materiais genéticos disponíveis, incorporando tecnologias e capitais, sem, no entanto, estabelecer princípios xenófobos e contrários ao desenvolvimento científico.
A indispensável atração de capitais, públicos e privados, dependerá de regras estáveis de proteção a cada direito e investimento envolvidos.
Não se quer uma legislação entreguista, mas apenas que dê segurança jurídica às parcerias que começam a se desenvolver, com oferta de empregos e divisas para o país.
A maior floresta úmida do planeta abriga um percentual impressionante da diversidade biológica conhecida e porcentagem ainda maior das reservas hídricas, cada vez mais preciosas para a subsistência do Homem na terra.
O futuro do agronegócio brasileiro dependerá da segurança e deteminação de uma política, que garanta o acesso ao nosso patrimônio genético, como marco na utilização sustentável da biodiversidade e que conduza ao desenvolvimento econômico-social da Amazônia.