Postado às 16h00 | 21 Ago 2020
Ney Lopes
Na visita de hoje, 21, a Mossoró e redondezas, o presidente Bolsonaro revelou a mesma desenvoltura política das suas últimas viagens. Age como se estivesse em campanha à reeleição, agora embalado pelos excelentes índices de popularidade, que vem alcançando, nas últimas pesquisas.
Não há dúvida de que, se eleição fosse este ano, ele seria facilmente reeleito. Vários fatores o beneficiam politicamente. No início da pandemia, Bolsonaro negou a gravidade do efeito mortal do vírus e propôs ao Congresso Nacional um auxílio emergencial de R$ 200 reais.
Entretanto, nenhum desses comportamentos o desgastaram. O Datafolha mostrou que 47% dos entrevistados não o culpam pela expansão da pandemia. O auxílio emergencial, que o Congresso Nacional se empenhou para que fosse de R$ 600 reais, ao invés de R$ 200, terminou capitalizando Bolsonaro, que se apresenta com o protetor da pobreza, ao promover essa transferência de renda.
O tiro dos adversários, ao acusá-lo nessas duas situações, “saiu pela culatra”.
A oposição cada dia é mais inexpressiva e perde respaldo popular. Bolsonaro, ao contrário, cresce. Observe-se que esse crescimento é devido justamente às ajudas em dinheiro dadas aos pobres, o que, antes, a mesma direita, apoiadora de Bolsonaro, se negava a aceitar (Bolsa Família) e qualificava como compra de votos e promoção da ociosidade coletiva.
O desanimo dos oposicionistas chegou até ao ex-presidente Lula, que em entrevista dada ontem, 20, ao jornalista Fabio Pannunzio, disse que o PT pode até não ter candidato à Presidência, em 2022. Deixou claro, que sem uma “frente ampla”, a tendência é quem esteja no poder ter mais chance de ser competitivo.
A essa altura do campeonato, com as diferenças internas dos partidos oposicionistas, será difícil uma “proposta alternativa conjunta” para o país. Não havendo essa união, quem se beneficiará é o governo.
Aliás, no final da entrevista, Lula advertiu que, sem unidade no “discurso”, não adiantará a oposição ficar nervosa e chutar a parede.
Trocando em miúdos, ele acha que Bolsonaro se reelege em 2022.