Postado às 07h38 | 16 Jan 2023
Ney Lopes
Começa hoje, 16, nos alpes suíços, cidade de Davos, mais um Fórum Econômico Mundial, que é promovido pelos bilionários do mundo, os quais convidam os governos nacionais para debates abertos sobre o futuro da humanidade.
Não há temas proibidos.
E para quem rotula certas questões de “comunismo”, este ano o debate será a necessidade de taxar com impostos os mais ricos, como única forma de superar os males dos dois anos de pandemia.
O documento central a ser debatido no encontro registra que as pessoas mais ricas do mundo ganharam cerca de US$ 1,7 milhão para cada US$ 1 ganho pelos que estão entre os 90% mais pobres.
Nos últimos dez anos, bilionários concentraram perto da metade de toda a riqueza produzida no mundo.
O 1% mais rico ficou com quase 2/3 de toda riqueza produzida desde 2020, seis vezes mais dinheiro que 90% da população global conseguiu no período.
Pela primeira vez em 30 anos, riqueza extrema e pobreza extrema cresceram simultaneamente.
Fora analisados 119 países e apenas em 33% a herança transferida para descendentes diretos é tributada.
As recomendações envolvem cinco conjuntos de ações: criar impostos de incidência única sobre o patrimônio e impostos sobre lucros inesperados, para impedir que se lucre com a crise; aumentar os impostos do 1% mais rico para um mínimo de 60% de sua renda de trabalho e capital; tributar o patrimônio do 1% mais rico com alíquotas altas o suficiente para reduzir a desigualdade.
Dar poder às administrações públicas para rastrear a riqueza e garantir a participação igualitária na formulação de políticas fiscais.
Segundo a análise, um tributo de até 5% sobre os bilionários poderia arrecadar US$ 1,7 trilhão ao ano – “o suficiente para tirar dois bilhões de pessoas da pobreza”.
Vamos acompanhar os debates em Davos e aguardar as conclusões concretas.
Nota-se que a questão da desigualdade social não é mais um assunto restrito aos palanques políticos.
É também uma questão de sobrevivência do capitalismo global.
Pode-se afirmar, que em Davos os bilionários do mundo tentam salvar o capitalismo.