Postado às 09h03 | 07 Mar 2024
Ney Lopes
Duas surpresas na eleição norte-americana: a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, filha de imigrantes indianos, renunciou à sua candidatura nas primárias republicanas.
Ronald Trump, que estava em silencio sobre o seu apoio à guerra em Gaza, respondeu a um jornalista, dizendo "Sim, estou do lado de Israel".
Nessas idas e vindas da política internacional, ouvi recentemente de um motorista em Lisboa, a perplexa indagação: “não entendo como um país do nível do Brasil, com tanta tradição, fica entre lideranças do tipo Bolsonaro e Lula”.
Uso esse raciocínio e digo o mesmo, em relação ao binômio Trump – Biden, numa nação, que é o berço da democracia.
Enquanto isso, Biden já conquistou pelo menos 607 delegados nas primárias.
A surpresa nesta “super Terça” foi ele dividir os seis delegados da Samoa Americana, com o desafiante desconhecido Jason Palmer, que faz campanha remotamente, comunicando-se através da plataforma “zoom”.
Trump, com a saída de Nikki Haley deverá ser o candidato republicano, salvo surpresa na justiça.
O que está sendo diferente de 2024?
Não será simplesmente a reprise de quando Biden exaltou sua experiência em política externa e retratava Trump como perigo para interesses dos EUA no mundo.
A revanche entre Trump, 77, e Biden, 81 - a primeira disputa presidencial dos EUA desde 1956 - poucos americanos querem.
Pesquisas de opinião mostram que Biden e Trump têm baixos índices de aprovação entre os eleitores.
Há questões levantadas sobre a idade e a acuidade do presidente Biden, 81, que enfurecem a Casa Branca.
Em contraponto, os democratas pressionam agressivamente, no sentido de acusar os lapsos verbais de Trump e os seus pontos de vista draconianos, ao defender as políticas autoritárias.
“Desânimo e descrença” é o que os aliados dos EUA dizem sobre a chance de nova presidência de Trump.
Temem vingança contra os interesses europeus e ele pode virar as costas para a OTAN.
Como presidente, pousou com Putin e Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita.
Chamou o ditador assassino da Coreia do Norte de “muito honrado”.
Elogiava homens autoritários como o turco Erdogan e o húngaro Viktor Orbán.
Em conversa com o amigo e golfista profissional John Saly, afirmou que era “muito amigo” e se dava “muito bem” com Putin.
Na Casa Branca, Trump queimou o seu caminho, através de acordos e compromissos sobre mudanças climáticas, comércio, implantações de tropas, saúde pública, armas nucleares e muito mais.
Espalhou informações falsas, usou linguagem inflamatória e menosprezava os líderes de nações amigas, como a Grã-Bretanha e a Alemanha.
Mesmo assim, analistas admitem que os eleitores votarão com base em suas prioridades, tais como, linha mais dura sobre a imigração, ou proteção ao seu dinheiro.
As maiores influencias nesta eleição deverão ser mais para estimular o individualismo do eleitorado, do que a idade dos candidatos.
É esperar para ver!