Postado às 05h47 | 09 Jun 2022
Ney Lopes
Não é o caso de alarme, até porque pelos sinais a nova cepa parece ser mais branda.
A alta de mais de 100% de casos deixa claro recrudescimento da Covid no Brasil.
O implacável vírus continua a desafiar a própria ciência, lembrando a enigmática frase de Sócrates, “só sei que nada sei”.
O aumento do número de casos ainda não se refletiu em crescimento dos óbitos.
A média, móvel, está em torno de 80 óbitos, 17% menor que duas semanas antes.
O preocupante é que nove estados não atualizaram os dados de casos e óbitos, incluindo os três mais populosos do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Há registros de que o sistema do ministério da Saúde apresenta falhas.
Em artigo, o sanitarista Claudio Maierovitch analisou o estágio da pandemia no país e indicou medidas eficazes.
Diz ele que “contrariando a ideia de que a crise passou, linhagens derivadas da variante ômicron, fazem aumentar os casos em vários países e podem infectar até quem teve infecção recentemente”.
O cientista sugere reforço a vacinação e retomada do uso de máscaras em locais fechados.
Mas também testar a população em massa, com e sem sintomas, com auto testes distribuídos de graça pelo SUS, em escolas e locais de trabalho e que seja garantido o isolamento daqueles que adoecem.
Outra medida ainda não adotada de maneira ampla no Brasil e que poderia ser útil agora é o rastreamento de contatos.
Com número menor de doentes, é possível identificar quem teve contato recente com casos, realizar exames, orientar isolamento e quarentena.
Dessa forma, pode-se interromper as cadeias de transmissão.
Cientistas ouvidos pela revista norte-americana “The Atlantic”, afirmam que a ciência não tem ainda como prever as consequências do vírus.
A covid ataca o coração, o cérebro, o fígado e os rins – e mesmo que se torne mais branda, continuará causando transtornos à Saúde pública.
Diante dos desafios que estamos vivendo, a ciência foi e continuará sendo uma ferramenta fundamental.
A pandemia conduz a melhor reflexão sobre a vida e sobre a possibilidade de um futuro diferente e mais sustentável.
O caminho será promover o crescimento do conhecimento científico para transformar a realidade da “volta da pandemia que não foi”.