Postado às 06h37 | 28 Ago 2022
As mãos doam corações. símbolo de caridade, voluntariado e ajuda comunitária; as pessoas compartilham com amor
Ney Lopes
Hoje, 28, é o dia do trabalho voluntário. Data que tem grande significado para o bem-estar dos países.
Voluntariado, o maior exercício da democracia.
O voto é nas eleições.
O voluntário vota todos os dias, ajudando a construir a comunidade em que se deseja viver.
Em 1985, a ONU instituiu o Dia do Voluntariado. No Brasil, no mesmo ano, o presidente José Sarney (Lei nº 7.352/1985) oficializou o dia 28 de agosto para comemorar.
As Nações Unidas consideram "voluntário o jovem, adulto ou idoso que, devido ao seu interesse pessoal e espírito cívico, dedica parte do tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividade, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos".
A criação da data tem como propósito fazer com que o espírito de solidariedade se espalhe pelo mundo, através de diferentes ações realizadas em vários países.
Quando era político militante sempre defendi que os governos se juntassem às entidades privadas da área de filantropia para desenvolver política sociais.
Seria levantar criteriosamente as instituições filantrópicas, que operam em vários setores (menor abandonado, idosos, gestantes, deficientes etc.…) e a União, Estados e Municípios ratearem despesas e co-patrocinarem o funcionamento regular delas.
Clubes de serviço, igrejas, maçonaria, associações e entidades comunitárias atuam com grande eficiência na solidariedade social.
Impõe-se ajudá-los e estimulá-los, independentemente de interesse político ou eleitoral.
Na privatização do econômico se busca o lucro monetário; na privatização do social a meta será o lucro alcançado na melhoria da qualidade de vida de marginalizados e excluídos
O voluntariado traz benefícios tanto para a sociedade em geral como para o indivíduo, que realiza tarefas voluntárias.
Contribui para a uma sociedade mais coesa, através da construção da confiança e da reciprocidade entre as pessoas.
Nos Estados Unidos existe o programa da Responsabilidade Social Corporativa (RSC), que nasceu sob a inspiração humanista de Rockefeller, Carnegie, Ford, Hewlett e Packard.
A partir da década de 70 o próprio Governo americano assumiu a responsabilidade de criar incentivos – sobretudo fiscais – para o crescimento da RSC.
Pequenas e grandes empresas dos Estados Unidos têm o hábito de contribuir financeiramente para instituições de cunho social, além de doações para escolas, manutenção de hospitais, creches, assistência à terceira idade e até permissão aos funcionários – de Governo ou empresas privadas - para usarem horas de trabalho ou recursos e ajudarem uma boa causa.
Em países como Itália, França e Alemanha, as instituições sem fins lucrativos atingem anualmente mais de 3% do PIB nacional.
A Microsoft é dos mais expressivos exemplos de estimulo ao trabalho voluntário.
Como empresa contribui para causas filantrópicas em doações de software em todo o mundo.
Criar incentivos para o trabalho voluntário deveria ser prioridade dos governos, para que as pessoas físicas e jurídicas assumam encargos tipicamente vinculados às funções sociais do Estado nas áreas de saúde, cultura, educação, segurança etc.
Cabe registrar o trabalho sério desenvolvido no país pela senhora Ruth Cardoso, esposa do presidente FHC, através da “comunidade solidária”.
Foi a partir de uma consulta do Conselho da Comunidade Solidária, que nasceu a proposta originária da atual lei 9.790, de 23/03/99, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações da sociedade civil de interesse público.
Tais instituições transformam-se - quando bem administradas – em eficientes parceiras do Governo com inestimáveis serviços prestados, sobretudo às populações carentes.
Numa hora pré eleitoral, os candidatos devem ter a preocupação de debater em suas propostas o trabalho trabalho voluntário, associando governo e entidades filantrópicas.
O meio seriam “termos de parceria”, fiscalizados e com prestação de contas de grande transparência e publicidade, de forma a manter agilidade e eficiência.
Afinal, já se disse que "ninguém pode fazer tudo, mas todo mundo pode fazer alguma coisa".
Mãos à obra!