Postado às 07h31 | 06 Fev 2022
Ney Lopes – jornalista, advogado e ex-deputado federal (editor do blog)
Não se pode negar, que quarta-feira próxima será um dia histórico para o RN: o presidente Jair Bolsonaro e o seu ministro do Desenvolvimento Regional, conterrâneo Rogério Marinho, farão a vistoria da Barragem de Oiticica, em Jucurutu-RN, que significará a porta de entrada das águas da Transposição do São Francisco, em nosso estado.
Com as comportas da barragem abertas, as águas represadas cairão em imenso canal, rolando rumo às terras ressequidas do nosso sertão. As obras se arrastam por 70 anos, desde 1952.
Benjamin Disraeli, escritor e político britânico, já disse que “a justiça é a verdade em ação”.
Por fidelidade a verdade, o reconhecimento dessa conquista histórica começa pela exaltação à determinação do presidente Bolsonaro e do seu ministro potiguar Rogério Marinho.
Tudo começou com a orientação do atual governo federal em priorizar a conclusão de obras não terminadas de governos anteriores, antes de iniciar novos projetos.
Decisão acertada, por evitar danos de grandes proporções sofridos pelo erário.
O desperdício de dinheiro público reforça a ideia de que o interesse público não está sendo atendido.
Por justiça, cabe relembrar e homenagear potiguares, que contribuíram com o resgate dessa dívida histórica do Brasil com os nordestinos.
Como classificou o ministro Rogério Marinho, é uma “obra emancipatória” e estruturante, destinada a diminuir desigualdades regionais.
A história mostra que a riqueza nacional nos primórdios da nossa história, começou no Nordeste com a cana-de-açúcar e o algodão.
Se a transposição já tivesse ocorrido, seria diferente o destino de milhares de nordestinos, que vivem na miséria.
Gilberto Freire já escreveu, que “a região já foi o centro da civilização brasileira”. Hoje, o quadro é de pobreza e indigência.
Em 1993, no governo de Itamar Franco, Aluízio Alves, então ministro da Integração Nacional reabriu a discussão sobre a transposição das águas do São Francisco.
O projeto estava arquivado e não se falava nele.
O ministro Aluízio Alves convocou o empresário norte-rio-grandense Abelírio Rocha para a Secretaria Nacional de Irrigação, entregando-lhe a a missão de concluir em sete meses o projeto de engenharia da transposição de águas.
Os também potiguares Rômulo Macedo (designado secretário de Infraestrutura Hídrica) e Alexandre Firmino, coordenaram os grupos de trabalho de elaboração do projeto técnico.
Os três demonstraram competência e deram contribuições valiosas.
O ministrou enfrentou os protestos de proprietários rurais, que alegavam colapso hídrico – espécie de apagão das águas do rio.
Diante das contestações, Aluízio Alves, em declaração emblemática, liquidou a polêmica: “Levamos a energia de Paulo Afonso para o Rio Grande do Norte há mais de 30 anos e as turbinas de Paulo Afonso nunca deixaram de gerar energia por falta de água”.
Outra participação decisiva se deve ao ex-ministro senador Fernando Bezerra (RN), que deixou o projeto totalmente pronto, no ministério da Integração Regional.
Quando o ministro Ramez Tebet anunciou a paralização das obras, Fernando Bezerra, seu antecessor, não se conformou com a postergação e protestou: "O argumento de suspender o projeto devido à falta de água é ridículo, pois sua realização demoraria, pelo menos, quatro anos. Por isso, deveria ser iniciado já". Deu certo o protesto incisivo.
O governo do Estado do RN assumiu a responsabilidade de construção da barragem, com apoio financeiro da União.
Os recursos federais repassados não sofrem qualquer discriminação, em decorrência do antagonismo político da govenadora Fátima Bezerra com o atual presidente da República.
A governadora assegura, que o RN possui projetos para utilizar toda a demanda de oferta de água da Transposição do Rio São Francisco e assume contra partidas do Estado.
O momento exige espírito público, acima de preferencias políticas, ou ideológicas, a exemplo do que fazem estados vizinhos, quando unem forças em prol da preservação do interesse coletivo.
O reconhecimento público se estende a todos os citados neste artigo, que contribuíram para que o sonho se tornasse realidade.
O RN agradece, em voz alta!