Postado às 05h30 | 24 Abr 2022
Aproxima-se o dia D (2 de outubro), no qual o RN definirá o seu futuro.
Como recomenda a justiça eleitoral, essa reflexão é para tornar o voto responsável e consciente.
A discordância e o choque de ideias, são comuns na disputa eleitoral, desde que se faça de forma civilizada. A radicalização nada constrói.
O povo deseja ouvir de que forma poderá melhorar a sua renda, mais segurança, saúde pública, educação e como aproveitar a potencialidade de recursos humanos e naturais do nosso estado.
Infelizmente, na largada das campanhas, sobretudo às majoritárias (governador e senador) têm predominado insultos e acusações recíprocas das lideranças tradicionais.
Sempre repito, que após a pandemia, para a reconstrução social, econômica e política será absolutamente necessário a classe política ampliar o debate de propostas, ao invés do costumeiro “blá, blá, blá” ou insultos.
Como atingir tal objetivo?
O alicerce do futuro dependerá de virtudes daqueles que detenham mandatos populares.
Por exemplo: é dever do estado o funcionamento dos órgãos de segurança pública. Será virtude da administração implantar sistema eletrônico de controle para reprimir o roubo de veículos, combater a criminalidade e aumentar a segurança do cidadão.
Propagar o nosso potencial turístico é dever do estado. Virtude será aproveitar o protagonismo especial de Natal e Parnamirim) na II Guerra Mundial, fomentando o turismo de americanos, no pedaço do Brasil mais próximo dos Estados Unidos.
Por que não propor no calendário turístico nacional, uma versão no século XXI – com os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos – do histórico encontro ocorrido em 1943, na Rampa em Natal, entre os presidentes Getúlio Vargas e Roosevelt, que decidiu o destino do mundo livre?
O fato divulgaria a cidade na mídia mundial e consolidaria Natal e Parnamirim como cidades de eventos. Guadalajara cresceu com esse tipo de turismo.
Licitar o aeroporto de São Gonçalo do Amarante, ameaçado de fechar, é dever do estado.
Porém, a virtude para salvá-lo é torná-lo atraente aos investidores, será a implantação ao seu redor de um “polo exportador e turístico”, sob a forma de área de livre comércio, modelo que dá certo no mundo todo.
Por que haveria de dar errado no “grande Natal”, considerado a fronteira geográfica das Américas mais próxima da África, Europa, canal do Panamá e até da Oceania?
Trata-se de um “ovo de Colombo”.
Criar-se-iam mais de 50 mil empregos, diretos e indiretos, novas oportunidades. Só falta acreditar, ter vontade política e partir para o trabalho no Congresso, em busca da lei autorizativa.
Em nenhuma hipótese justifica-se a afirmação feita por governantes incapazes no passado, que consideraram um polo turístico e exportador no RN sonho irrealizável.
Essa é a forma de manter privilégios, que alimentam lideranças políticas carcomidas.
Infelizmente, na disputa eleitoral que se inicia inexistem sinais de inovação nos discursos políticos.
Fala-se do óbvio e repetem "chavões" vazios, sem a lógica do ínicio, meio e fim.
Repete-se, que é necessário enfrentar o desemprego, sem dizer como será enfrentado.
Mencionam potencial de geração de energia alternativa no Estado, porém concretamente não dizem como enfrentar a questão do estímulo a geração de energia eólica e solar. Por exemplo: diante da insolação do nosso estado são necessários mais incentivos do governo (inclusive federal) para atrair esse investimento, na forma de redução de impostos para o setor, facilitação da concessão de espaço, entre outros.
Enquanto isso, os candidatos dos principais partidos, até agora, só acreditam em estruturas milionárias de campanha, marketing, cooptação de lideranças com apoios a peso de ouro e a utilização de slogans agressivos e radicais, como meio de aglutinar adeptos.
É o caso de indagar: o que falta à eleição de 2022 no RN?
Faltam propostas consistentes, nos níveis do executivo e do legislativo.
Demonstração pelos candidatos de experiência, competência para o exercício do mandato e prova de serviços já prestados.
Será necessário o “olho aberto” do eleitor para não se enganar com as grandes estruturas armadas como “circos” milionários.
Platão advertia, “que o preço a pagar pela não participação na política é ser governado por quem é inferior”.
Toynbee, séculos depois, afirmou que “o maior castigo para aqueles que não se interessam por política é que serão governados pelos que se interessam”.
As propostas terão que priorizar a “responsabilidade social e fiscal”, demonstrando que o equilíbrio das contas públicas se iguala às políticas de redução das desigualdades sociais.
Tais diretrizes, ao invés de populistas, buscam a estabilidade econômica responsável e a distribuição de renda justa.
Para atingir tais objetivos basta acreditar em Victor Hugo, quando disse que “não há nada como um sonho para criar o futuro”.