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"Nuvens em Brasília" - Ney Lopes hoje no jornal "Agora RN"

Postado às 05h27 | 30 Mar 2021

Ontem afastou-se do governo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o que já se esperava.

O não esperado foi a demissão do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.

Na carta do ex-ministro está um recado, de que preservou as Forças Armadas como “instituições de Estado”, ou seja, e não de governo. A afirmação abre muitas interpretações.

O ex-ministro, antes de sair, reuniu-se com os três comandos militares.

Irritação - A versão é que o presidente irritou-se com entrevista do general Paulo Sérgio, pessoa da confiança do então Ministro, responsável pela área de saúde do Exército, prevendo uma 3.ª onda da covid-19 e defendeu lockdown, contrariando o que prega o Planalto.

Punição – O ministro de Defesa teria se recusado a punir o general Paulo Sérgio, pela declaração, na qual ele afirmou, que “todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas da OMS” deveriam ser rigorosamente cumpridas.

Consequências I – Ainda é cedo, porém os fatos inesperados poderão ter desdobramentos.

O presidente passa a praticar o presidencialismo de coalizão, que tanto condenou. Significa dividir poderes com o Congresso, abrindo-se a temporada das indicações políticas.

Consequências II – Aumenta o número de militares na reserva, que se opõe ao presidente, por razões óbvias, com inevitáveis repercussões eleitorais em 2022.

Precedentes I - Em novembro de 2020, o general Edson Pujol, atual Comandante do Exército, a propósito de declarações de Bolsonaro para “uso de pólvora na Amazônia”, declarou que instituição não pertence ao governo e não tem partido político.

Foi mais adiante: militares não fazem política, nem querem que política entre nos quartéis.

 Precedentes II - Em março de 2020, um dia depois do presidente responder a uma postagem, na qual havia convocação para protestos em frente ao Quartel do Exército, em Brasilia, com uma série de ataques ao Congresso e ao STF, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva repetiu o que disse ontem:

As Forças Armadas são instituições de Estado e devem sempre permanecer fortemente arraigadas nos pilares básicos da hierarquia e da disciplina”

Análise - O jornalista Lauro Jardim, em nota de hoje, 30, no Globo, destaca o que esta coluna citou acima sobre o significado da expressão "Forças Armadas como “instituições de Estado”.

Segue-se a análise de Lauro Jardim:

"A nota oficial em que o general Fernando Azevedo e Silva anuncia sua demissão é curta. Tem apenas 76 palavras. Mas são apenas dez as palavras que importam: 

— Nesse período, preservei as Forças Armadas como instituições de Estado.

No gabinete do general Azevedo e Silva a frase é tida como "cirúrgica".

A partir dos próximas horas seu sentido exato será destrinchado com os detalhes que a história dos últimos dois anos merece".

Semana Santa na pandemia

O drama da pandemia trouxe muitas mudanças na forma usual de celebração da Semana Santa. A Igreja Católica propôs o cumprimento rígido das regras sanitárias. Vejam-se algumas recomendações: uso das redes sociais, que permite apoio e proximidade às comunidades.

Quinta feira- Para a Quinta-feira Santa é dispensado o “Lava-pés”. Dispensada a Procissão final e o Santíssimo Sacramento guardado no Tabernáculo.

Sexta feira – As dioceses modificarão o ato de adoração à Cruz. O beijo “é limitado apenas ao celebrante”.

Vigília pascal – A Vigília Pascal será celebrada “exclusivamente nas igrejas Catedrais e Paroquiais”, com mínima presença de fiéis

Olho aberto

Lançamento - Luiz Roberto Barcelos, paulista, presidente da COEX-RN e Abrafrutas, de Mossoró, finalmente anunciou, o que já se previa nos meios políticos: será candidato pelo RN nas eleições de 2022.

Com ambições políticas notórias, começou pela divulgação de que disputaria uma cadeira na Câmara Federal, o que não é o seu objetivo, pelor poder que representa na economia estadual.

Agora, criou contas especiais (Instagram, Face book e twitter) divulgadas na mídia, começando a pré-campanha, com o anúncio de que é pré-candidato a Senador.

Comenta-se, que Barcelos se dispõe a disputar também o governo do Estado, ou, aceitaria ser vice-governador,  na reeleição de Fátima Bezerra, a quem admira, segundo a sua assessoria.

Caso procedam essas versões seria  o caso de dizer: caiu na rede é peixe!

Vírus no turismo - No Rio de Janeiro, os corredores do Hotel Novo Mundo, por onde passaram nomes como Pelé e Juscelino Kubitschek, hoje circulam residentes de uma moradia estudantil.

O famoso Hotel Gloria, cujos quartos que já acomodaram no passado 19 presidentes, está sendo demolido para construção de prédio.

Sucessão presidencial – Diz-se que o ex-juiz Moro continua sem intenção de disputar a Presidência.

Disposição semelhante demonstra Luciano Huck, que está propenso a continuar na TV.

(Texto integral neste blog e parcialmente no Agora RN).

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