Postado às 05h31 | 13 Fev 2021
Hoje, a véspera do “carnaval da pandemia”. Não adianta “chorar o leite derramado” pela ausência do "maior espetáculo da terra".
A hora é de cautela, isolamento e obediência às regras sanitárias. Os brasileiros querem viver.
De agora por diante, o único meio de garantia da vida é a vacina, que jamais poderá ser “politizada” mais do que já foi. Instalar uma CPI no Congresso não significaria poderes para determinar sanções, porque esse instrumento legislativo apenas alerta, não aplica punição a ninguém.
Esse alerta foi dado ao país e o STF já apura em inquérito, se houve omissão ou não do governo.
Por que duas investigações paralelas?
Agora é dar “voto de confiança” ao ministro da Saúde, gostando ou não do governo. Ele ontem assumiu o compromisso no Senado da vacinação de 100% do país, até final do ano.
O momento dramático da nação não permite “desconfiança antecipada”, com base em critérios políticos.
Cabe recordar o terremoto devastador de Lisboa no século XVIII, quando o rei Dom José perguntou ao Marquês de Alorna como devia agir.
Ele respondeu: “sepultar os mortos, cuidar dos vivos...”.
A regra de combate à pandemia será lamentar e enterrar os mortos; cuidar dos vivos e acreditar na ciência.
1. O carnaval do Rio de Janeiro em 1919, após a pandemia da “gripe espanhola”, que matou 50 milhões no mundo, foi o mais animado de todos os tempos. Carlos Heitor Cony justificou, anos depois, escrevendo: “Acho que o carnaval é uma festa que tenta ser alegre para os tristes”.
2. Ruy Castro definiu esse carnaval como o da “revanche”: “a grande desforra contra a peste que dizimara a cidade”.
3. Neste carnaval, surgiu o “Cordão da Bola Preta”, que existe até hoje.
4. O Brasil não participara da I Guerra Mundial (1914-1918), mas o fim do conflito à época contribuiu para o clima de vingança contra a dor coletiva.
5. A esperança é que o carnaval de 2022 supere o de 1919 e os brasileiros possam repetir os versos do poeta Bastos Tigre: “Quem não morreu da espanhola, quem dela pôde escapar, não dá mais tratos à bola, toca a rir, toca a brincar”.
DEM I – “Democratas” (DEM) está dividido em três grupos internos para a eleição presidencial de 2022. Um, apoia a reeleição de Bolsonaro. Outro compõe a base do governador João Doria (PSDB-SP) e o terceiro busca caminho alternativo com a indicação de um novo nome para a disputa.
DEM II – Apoiar Bolsonaro é defendido pelos ministros que integram o governo, como Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tereza Cristina (Agricultura), além do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que aspira ser o vice.
DEM III – Pesquisa do “Estado” constatou que dos 27 deputados em exercício do partido, 22, apenas dois – Alexandre Leite (SP) e Kim Kataguiri (SP) – descartaram apoiar Bolsonaro em 2022. Os outros responderem que apoiariam, ou admitiram apoiar. Nenhum anuncia a pretensão de deixar o DEM, exceção de Rodrigo Maia.
DEM IV – O grupo que apoia João Dória tem como líder o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM), além de integrantes da bancada paulista.
DEM V - O presidente do DEM, ACM Neto, político habilidoso, credenciado como administrador, tenta a unidade do partido, mas não esconde que prefere a terceira alternativa, ou seja, um “novo nome” para 2022.
DEM VI- Por tal razão, ACM Neto é contra a indicação do amigo deputado João Roma ao Ministério da Cidadania, mesmo já tendo o aval do presidente. Ele prefere distância do governo.
DEM VII – O “novo nome” seria o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM-GO), ou composição com Ciro Gomes (PDT-CE). Por pensar assim, ACM Netto está ameaçado pela ala ligada a Bolsonaro, de ser afastado do comando da legenda.
Pobres - 70 países pobres só conseguirão vacinar uma em cada dez pessoas.