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Ney Lopes hoje no jornal "Agora RN": Crime contra a Democracia

Postado às 05h57 | 07 Jan 2021

Na tarde desta quarta, 6, foram inadmissíveis, chocantes e inacreditáveis as cenas exibidas nas TVs, com os apoiadores do presidente Donald Trump, incentivados por ele, invadindo o Capitólio (Congresso americano).

Ocorrência típica de republiqueta de “terceiro mundo”, manchando a história de um país maravilhoso e exemplo de preservação das liberdades políticas.

Milhares de apoiantes de Trump, que não aceita a derrota, depredaram corredores, gabinetes parlamentares e até o plenário do Parlamento, que é um dos prédios mais vigiados do mundo.

A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais teve de ser interrompida, devido aos distúrbios.

Na madrugada desta quinta, 7,  os parlamentares reuniram-se e confirmaram a vitória de Biden.

O último lance, antes da invasão, foi o telefonema do presidente ao seu vice Mike Pence, a quem caberia presidir o senado, apelando para que ele não permitisse o reconhecimento da eleição.

A reação do republicano foi incisiva, ao dizer que o resultado deveria ser reconhecido e que prestou juramento de apoiar e defender a Constituição. Trump, ensandecido, o qualificou de “covarde” e partiu em direção aos seus correligionários, que chegavam aos arredores da Casa Branca.

Em seguida, declarou a multidão que se aglomerava,  "nunca admitir a derrota nas eleições presidenciais. Nunca iremos desistir. Nunca iremos ceder”.

Diante de fatos públicos e notórios, não há como negar a tipificação clara de crime contra a Democracia praticado pelo Presidente americano.

Abismo

O presidente Joe Biden, com serenidade e equilíbrio, considerou em pronunciamento “ataque inédito a democracia americana”.

Lamentou que os EEUU, sendo o farol da democracia, tenha chegado a esse momento. Mostrou-se empenhado na restauração das liberdades e pediu que os manifestantes suspendessem o ataque.

Enfrentamento

Nos corredores do Capitólio e no plenário, manifestantes entraram em ‘luta livre’ com a força de segurança do próprio parlamento.

Vidraças e móveis destruídos.

Os policiais se mostraram “acuados”, certamente temendo serem acusados de excessos, como sempre ocorre.

Terrorismo

Democratas e republicanos, em absoluta concordância, qualificaram os vândalos de  “terroristas”.

Inclusive, alerta foi dado para o risco de “islâmicos” aproveitarem a tensão e consumarem atentados.

Sagrado

O autor do texto, como deputado federal, visitou o Capitólio.

A certa altura da visita lhe foi esclarecido, que o plenário era o único local “sagrado”, com acesso exclusivo a parlamentares e poucos assessores.

Nem a imprensa entra. Acompanha por “telões”.

Ontem, o plenario se transformou em “praça de guerra”.

Crime

Comenta-se que Donald Trump deve ser julgado pelo “crime de sedição”, dado o seu papel inflamatório, na ação dos manifestantes. Pena prevista de "não menos 20 anos".

Sedição

O crime de sedição, um dos mais graves da legislação federal, raramente é invocado.

Está previsto para situações extraordinárias

Ocorre, quando "duas ou mais pessoas em qualquer estado ou território, ou em qualquer lugar sob a jurisdição dos EUA, conspiram para derrubar ou destruir à força o Governo dos Estados Unidos da América”.

Por exemplo: conspirações que causem perigo iminente para a segurança nacional.

Onde?

A grande interrogação é onde andava a guarda nacional, durante o momento crítico da invasão do Capitólio. A guarda obedece a ordens do presidente e chegou depois.

Recolher

Foi decretado ‘toque de recolher’ em Washington DC, após 18 horas. Carros e pessoas ficaram proibidos de acesso a locais públicos.

Resgate

O vice Mike Pence foi retirado às pressas do prédio. Distribuíram-se máscaras ante gás aos parlamentares e funcionários, que tiveram de permanecer no recinto, sob risco de vida

Brasil

Rodrigo Maia, Câmara Federal; Davi Alcolumbre, senado e Luis Roberto Barroso, STF, protestaram pelas cenas degradantes.

O Palácio do Planalto informou, que não comentava o fato.

Razões obvias!

 

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