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Ney Lopes hoje no jornal "Agora RN": Bolsonaro agradece a Lula

Postado às 06h01 | 08 Fev 2021

“Lula me pediu para colocar o bloco na rua e eu aceitei” – declarou Fernando Haddad ao apresentar-se como potencial candidato do PT à presidência da República em 2022.

Foi mais adiante, ao dizer que só será candidato, caso os direitos políticos de Lula não sejam restituídos até lá. Trocando em miúdos, a preferência será Lula voltar à presidência, na hipótese do STF decidir que o juiz Sérgio Moro agiu com parcialidade nas condenações, o que, talvez, possa levar ao restabelecimento dos direitos políticos do ex presidente.

Certamente, se indagado, o presidente Bolsonaro agradeceria a Lula. É exatamente este cenário de polarização, idêntico a 2018, que ele deseja para 2022.

O PT reproduz o seu desejo de manter a hegemonia sobre a esquerda, mesmo que isso crie “dissidências”. A primeira crítica a Lula veio do PSOL, cujo presidente Boulos, declarou que, antes de se pensar em nomes, é necessário definir um projeto como alternativa à tentativa de reeleição de Bolsonaro.

Boulos, que aspira ser candidato, manifestou “insatisfação” idêntica aos governadores Rui Costa, Camilo Santana, Wellington Dias, o governador Flávio Dino (aliado do PCdoB) e o senador Jaques Wagner, também pré-candidatos potenciais

OLHO ABERTO

1. O exemplo emblemático da eleição passada foi o “veto petista” à candidatura de Marília Arraes ao governo de Pernambuco e o apoio dado a Paulo Câmara, candidato do PSB, que declarou neutralidade nas eleições presidenciais. Ciro Gomes (PDT) contava com o PSB, para ampliar seu tempo na propaganda gratuita e até hoje não perdoa Lula.

2. O lançamento de Haddad “implode” a esquerda, que se não for capaz de montar uma “   frente ampla”, até com parte do centro, terá dificuldades de chegar ao segundo turno. As eleições do Congresso tornaram o cenário mais favorável à reeleição de Bolsonaro, que aparentemente dividiu a centro-direita.

3. Ciro Gomes poderá ser o maior prejudicado. Rodrigo Maia e grupo de democratas sinalizavam a possibilidade de uma composição de centro-esquerda com o ele, o que se inviabilizou, por enquanto.

4. Entretanto, nada é definitivo. Sempre bom lembrar Magalhães Pinto: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou”.

5. Considerando o desgaste histórico do PT e a desunião da esquerda, ninguém duvide de uma rearticulação da centro-direita (até com simpatias da esquerda não radical) para isolar Bolsonaro na extrema-direita. Neste contexto, o DEM disporia de nomes com maior confiabilidade para essa disputa: ACM Netto, Mandetta e o senador Rodrigo Pacheco, que desponta no cenário nacional. O governador João Doria, embora com a força do cargo e o controle do PSDB, desgastou-se muito.

6. Uma observação final: a previsão é que em 2022 o voto seja mais responsável. As eleições municipais mostraram não valer mais essa história de “velha, ou nova” política. O eleitor quer “credibilidade, competência e experiência”. Os partidos terão que “abrir o olho”, sobretudo nas escolhas para eleições majoritárias.

NOTAS

Tambaú- Prova de boa gestão empresarial do grupo A. Gaspar, proprietário do Ocean Palace, ao adquirir o Hotel Tambaú, de João Pessoa. Amplia a rede hoteleira e favorece Natal, com a “pacotes“ turísticos entre as duas cidades.

Lula & STF- Mesmo que o STF considere Moro parcial no julgamento de Lula, o petista seguiria inelegível. O problema é que Lula tem outra condenação nas obras do sítio Atibaia. O processo a ser julgado trata apenas do caso do tríplex no Guarujá.

Youtube- Está divulgada no Youtube, a entrevista do autor desta coluna, concedida ao jornalista Nelson Freire e divulgada ontem, na Band Natal. Análises políticas que vão de Bolsonaro a Fátima Bezerra.

ACESSE E VEJA O VÍDEO DA ENTREVISTA DE NEY LOPES NO "PONTO DE VISTA"::

https://youtu.be/b1v_rT9ZE1c 

 

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