Postado às 06h02 | 04 Fev 2021
Os candidatos do Planalto ganharam as eleições para o comando do Congresso. O objetivo foi alcançado.
O mais difícil está por vir, que consiste na escolha de um partido para viabilizar a reeleição. Decisão inadiável.
Cabe lembrar o conselho de Eduardo Galeano: “A primeira condição para modificar a realidade consiste em conhecê-la”.
Quem conhece os “subterrâneos” da política brasileira, pode imaginar as seríssimas dificuldades que o presidente enfrentará para encontrar um partido, mesmo arrodeado de acólitos e “puxa sacos”.
Um candidato presidencial precisa ter o controle de sua sigla, sob pena de surgirem fatos fora do seu controle. A aparente “boa vontade” das ofertas esconde um obstáculo: nenhum desses partidos entregará a “chave” à Bolsonaro. Desejarão mantê-lo sob tutela, à distância.
Nem o PSL, pelo qual ele se elegeu, fez a entrega e esse foi o verdadeiro motivo da “briga” com o “latifundiário-proprietário” da sigla, Luciano Bivar.
Olho aberto
1. Infelizmente, na legislação brasileira o militante do partido não tem praticamente nenhuma influência nos rumos da legenda. Submete-se aos dirigentes, que agem unilateralmente. Inclusive, certas decisões em Convenções são verdadeiras farsas.
2. Repito há anos, que a principal mudança política do Brasil teria que começar por democratizar os partidos. Hoje são “ditaduras”, que “pintam e bordam”. Por perseguição, as “cúpulas” “fritam” concorrentes internos e prestigiam os medíocres, por não lhe fazerem “sombra”.
3. “Folha” publicou reportagem, mostrando que quase todos os partidos usaram a verba pública do Fundo para remunerar os seus próprios dirigentes (inclui-se até ex-candidato a presidente), empresas ligadas, amigos, parentes e políticos que perderam a eleição. Verdadeiro escárnio.
4. A melhor saída presidencial, sobretudo após ter ganho as eleições na Câmara e Senado, seria aprovar rapidamente a “candidatura avulsa” no Brasil, que existe nas maiores democracias do mundo. O estilo de Bolsonaro tem todas as características de candidatura independente, ou avulsa.
5. Até já existe no STF processo pendente de julgamento, que poderá liberar a candidatura avulsa, sem necessidade de filiação a partido. Além disso, uma emenda constitucional resolveria o problema.
6. Pelo que se vê, alguém teria que “cochichar” no ouvido do presidente, mostrando-lhe a alternativa da candidatura “avulsa”. A aprovação no Congresso será difícil. Com certeza, os “proprietários privados” das legendas lutarão para manter a “galinha dos ovos de ouro”. Mas, valerá a pena tentar.
Cidadania - O ministro Onyx Lorenzoni, hoje na Cidadania deve migrar para a Secretária-geral da PR. “Republicanos” indicam o deputado Márcio Marinho, bispo da Igreja Universal do Reino de Deus e locutor evangélico. ACM Netto, embora do DEM, filiou no “Republicanos” o seu amigo deputado João Roma, cuja escolha permitiria Bolsonaro “agradar” dois partidos, de uma só vez.
Onofre Lopes – Entrará para os anais históricos da medicina potiguar a eficiência do hospital Onofre Lopes no atendimento aos pacientes da Covid19, não apenas do Estado, mas provenientes de Manaus.
Primeiro caso- Os Estados da Micronésia, com 100 mil habitantes, são um dos poucos poupados da Covid19. Registraram o primeiro caso, após proibirem a entrada de quem tivesse estado num país, onde existisse pelo menos um caso confirmado.
Leite
Disparam os preços da soja e do milho, que representam 70% na alimentação do gado leiteiro. Incrivelmente, a soja está usada nos EEUU para fabricar pneus. Produtores plantam a palma e mandioca, culturas adaptáveis ao nordeste, que reduzem em 30% os custos do leite.