Postado às 05h48 | 20 Jan 2021
Grades metálicas, placas de madeira, uniformes, veículos militares e armas nas mãos de mais de 25 mil policiais. Hoje, este é o cenário de guerra em Washington DC, para a posse de Joe Biden (78), vencedor da 59ª eleição presidencial americana, o mais idoso a assumir o cargo.
O temor não será o terrorismo islâmico, mas o terrorismo doméstico, estimulado pelo “ex” presidente Trump. Os EEUU ao invés de “um” país, está dividido em “dois”.
A maior vitória alcançada é a vontade popular respeitada. O país resistiu às tentativas de assalto às suas tradições de liberdade e exemplo de Democracia para o mundo.
As urnas condenaram a “intolerância”, o que não pode ser confundido com manifestações de posições conservadoras, ou de direita, normais de existirem numa sociedade plural.
O eleitor rejeitou quem “negou” a gravidade do vírus mortal.
Quem isolou o país do resto do mundo, em nome de nacionalismo xenófobo, egoísta, que separou centenas de crianças dos próprios pais, na fronteira com o México.
Condenou quem, sem nenhuma prova, manchou o sistema eleitoral americano, com “suposições” de fraudes, esquecendo que se elegera, por esse mesmo sistema em 2016, com três milhões de votos a menos.
Como se não bastasse, incentivou a invasão do solo sagrado do Capitólio.
O “ex” sai de forma melancólica, pela porta dos fundos da Casa Branca. Ele jamais encarnou a missão de unificar o país.
Comportou-se com espírito egocêntrico e esqueceu o juramento que fizera de defesa do da democracia.
Chega Joe Biden, de inegável experiência política, adquirida durante décadas no Senado. Exerceu a vice-presidência por oito anos, sendo capaz de lidar com a adversidade.
Estudos recentes demonstram que a “era Trump”, a pretexto de tornar a “América forte novamente”, implantou “falaciosa” política econômica de “mais empregos e arrecadação de impostos”, cujo resultado foi o aumento de desempregados, desabrigados e famintos.
Os ricos elevaram suas fortunas em ritmo recorde, através de “facilidades” como redução dos juros sem controle, incentivos fiscais em cascata, refinanciamentos imobiliários com encargos mínimos, permitindo compras de uma segunda casa de lazer para fugir das cidades, além das ações e títulos dispararem nas contas de investimentos.
O aumento da riqueza concentrada atingiu mais de US$ 1 trilhão, desde o início da pandemia, o que está alimentando o debate sobre impostos mais elevados para os mais ricos. A grande indagação é como será o relacionamento do nosso país com Washington.
Sabe-se do fato público e preocupante, da “amizade próxima” entre o “ex-presidente” americano e Bolsonaro. Ninguém pode prever o que acontecerá. Espera-se a construção de “pontes”, através da via diplomática, aliás muito desgastada nos dias atuais.
Historicamente, a alternância do poder entre Democratas e Republicanos, sempre esteve acompanhada de transformações para os países da América Latina, em questões de imigração, comércio, cooperação militar, ou meio ambiente.
Infelizmente, até hoje, a bussola do Itamaraty orienta-se no sentido de apoiar a chamada “teoria da conspiração”, que significa a defesa de radicalismos de ultradireita, partindo do princípio de que uma elite satanista, comunista, pedófila e canibal pretende dominar o mundo e derrotar escolhidos de Deus, como o ex-presidente Trump e outros líderes.
Nenhuma ponderação é aceita, salvo aquelas que se encaixem na visão defendida pela “conspiração”, defensora do uso da força.
As diretrizes da nossa política externa causam estragos irreparáveis a imagem internacional do país. Revelam fatos inimagináveis, como por exemplo, acusações dos fanáticos seguidores da “conspiração”, de que o presidente Biden, Obama, o Papa Francisco, organizações internacionais respeitáveis como a ONU, OMS, OMC e outras seriam seguidores do ‘comunismo”.
Existem, ainda, fatos já consumados.
O governo Bolsonaro esteve ao lado de Trump no esvaziamento do Conselho de Direitos Humanos da ONU; apoiou à anexação de parte da Palestina por Israel; criticou o Acordo de Paris; bloqueou a OMC, organização que é a principal reguladora das disputas comerciais no mundo e apoiou o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, considerado crime pelo direito internacional.
Neste contexto, o simbolismo do ato da posse de Joe Biden é a canção patriótica “Deus salve a América”, composta por Irving Berlin (1918), que tem a forma de uma oração para Deus abençoar os Estados Unidos, diante dos desafios da pandemia.
Que essa benção seja estendida ao Brasil.
Precisamos também dessa proteção.
Grades metálicas, placas de madeira, uniformes, veículos militares e armas nas mãos de mais de 25 mil policiais. Hoje, este é o cenário de guerra em Washington DC, para a posse de Joe Biden (78), vencedor da 59ª eleição presidencial americana, o mais idoso a assumir o cargo.
O temor não será o terrorismo islâmico, mas o terrorismo doméstico, estimulado pelo “ex” presidente Trump. Os EEUU ao invés de “um” país, está dividido em “dois”.
A maior vitória alcançada é a vontade popular respeitada. O país resistiu às tentativas de assalto às suas tradições de liberdade e exemplo de Democracia para o mundo.
As urnas condenaram a “intolerância”, o que não pode ser confundido com manifestações de posições conservadoras, ou de direita, normais de existirem numa sociedade plural.
O eleitor rejeitou quem “negou” a gravidade do vírus mortal.
Quem isolou o país do resto do mundo, em nome de nacionalismo xenófobo, egoísta, que separou centenas de crianças dos próprios pais, na fronteira com o México.
Condenou quem, sem nenhuma prova, manchou o sistema eleitoral americano, com “suposições” de fraudes, esquecendo que se elegera, por esse mesmo sistema em 2016, com três milhões de votos a menos.
Como se não bastasse, incentivou a invasão do solo sagrado do Capitólio.
O “ex” sai de forma melancólica, pela porta dos fundos da Casa Branca. Ele jamais encarnou a missão de unificar o país.
Comportou-se com espírito egocêntrico e esqueceu o juramento que fizera de defesa do da democracia.
Chega Joe Biden, de inegável experiência política, adquirida durante décadas no Senado. Exerceu a vice-presidência por oito anos, sendo capaz de lidar com a adversidade.
Estudos recentes demonstram que a “era Trump”, a pretexto de tornar a “América forte novamente”, implantou “falaciosa” política econômica de “mais empregos e arrecadação de impostos”, cujo resultado foi o aumento de desempregados, desabrigados e famintos.
Os ricos elevaram suas fortunas em ritmo recorde, através de “facilidades” como redução dos juros sem controle, incentivos fiscais em cascata, refinanciamentos imobiliários com encargos mínimos, permitindo compras de uma segunda casa de lazer para fugir das cidades, além das ações e títulos dispararem nas contas de investimentos.
O aumento da riqueza concentrada atingiu mais de US$ 1 trilhão, desde o início da pandemia, o que está alimentando o debate sobre impostos mais elevados para os mais ricos. A grande indagação é como será o relacionamento do nosso país com Washington.
Sabe-se do fato público e preocupante, da “amizade próxima” entre o “ex-presidente” americano e Bolsonaro. Ninguém pode prever o que acontecerá. Espera-se a construção de “pontes”, através da via diplomática, aliás muito desgastada nos dias atuais.
Historicamente, a alternância do poder entre Democratas e Republicanos, sempre esteve acompanhada de transformações para os países da América Latina, em questões de imigração, comércio, cooperação militar, ou meio ambiente.
Infelizmente, até hoje, a bussola do Itamaraty orienta-se no sentido de apoiar a chamada “teoria da conspiração”, que significa a defesa de radicalismos de ultradireita, partindo do princípio de que uma elite satanista, comunista, pedófila e canibal pretende dominar o mundo e derrotar escolhidos de Deus, como o ex-presidente Trump e outros líderes.
Nenhuma ponderação é aceita, salvo aquelas que se encaixem na visão defendida pela “conspiração”, defensora do uso da força.
As diretrizes da nossa política externa causam estragos irreparáveis a imagem internacional do país. Revelam fatos inimagináveis, como por exemplo, acusações dos fanáticos seguidores da “conspiração”, de que o presidente Biden, Obama, o Papa Francisco, organizações internacionais respeitáveis como a ONU, OMS, OMC e outras seriam seguidores do ‘comunismo”.
Existem, ainda, fatos já consumados.
O governo Bolsonaro esteve ao lado de Trump no esvaziamento do Conselho de Direitos Humanos da ONU; apoiou à anexação de parte da Palestina por Israel; criticou o Acordo de Paris; bloqueou a OMC, organização que é a principal reguladora das disputas comerciais no mundo e apoiou o assassinato do general iraniano Qassem Soleimani, considerado crime pelo direito internacional.
Neste contexto, o simbolismo do ato da posse de Joe Biden é a canção patriótica “Deus salve a América”, composta por Irving Berlin (1918), que tem a forma de uma oração para Deus abençoar os Estados Unidos, diante dos desafios da pandemia.
Que essa benção seja estendida ao Brasil.
Precisamos também dessa proteção.