Postado às 09h03 | 02 Abr 2022
Ney Lopes assumiu o primeiro mandato parlamentar em 1975 pelo partido ARENA e concluiu o último em 2006 pelo antigo PFL
Política
Cláudio Oliveira
Repórter
O ex-deputado federal Ney Lopes revelou que será candidato à vaga aberta para o Senado Federal pelo Rio Grande do Norte nas eleições de outubro próximo. Ele filiou-se ao Partido da Mulher Brasileira (PMB) e deve enfrentar concorrentes como o ex-ministro Rogério Marinho (PL), o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), entre outros nomes.
Ney Lopes já assumiu pastas no Governo estadual como Chefe da Casa Civil (1971-1972) e Secretário do Governo Interior e Justiça (1972). Depois disso, assumiu o primeiro mandato em 1975 pelo partido ARENA e concluiu o último em 2006 pelo antigo PFL, legenda que esteve em grande parte de sua vida política e que depois se tornou o extinto DEM. Recentemente ele também passou pelo PDT. Advogado e jornalista, Ney chegou a ser vice-prefeito de Natal (1989/1993).
“Resolvi filiar-me ao PMB e colocar meu nome para opção no Senado. Diante da minha longa experiência no congresso, achei que não deveria me omitir quando o estado e o país enfrentam uma seríssima crise sanitária econômica e política. Desejo ser, nesse momento, um advogado do Rio Grande do Norte no Congresso Nacional”, declarou Ney Lopes.
Se conseguir retornar ao parlamento na cadeira de senador, o pré-candidato diz que buscará defender projetos que disse que não ter concluído durante sua passagem por lá, como o crédito educativo criado no seu primeiro mandato em um projeto seu para garantir uma ajuda financeira ao estudante universitário, seja da rede pública ou privada, para suas despesas. O projeto foi arquivado, mas ao longo do tempo iniciativas como o FIES foram criadas para ingresso de estudantes na rede privada.
Outra bandeira citada é a regulamentação do artigo 43 da Constituição Federal, pelo qual embasou um projeto que assegura ao Nordeste, especialmente à agroindústria, ações que favorecem atividades prioritárias com isenções, reduções, deferimento de tributos federais e prioridade para aproveitamento de rios e massas de agua represadas em regiões de baixa renda sujeitas à seca.
“Outra coisa que defendo é a defesa intransigente da democracia. Em qualquer circunstância sou defensor da democracia porque sem liberdade ampla não há projeto de país. Me preocupa ainda as dificuldades enfrentadas pelos mais pobres, a classe média sufocada pela redução de sua renda e certas injustiças no sistema de previdência social”, declarou Ney Lopes.
Ele não quer levar a campanha na base do conflito com seus concorrentes e, neste sentido, diz que vai concentrar esforços em driblar o pouco tempo de exposição no horário gratuito de rádio e televisão e o baixo orçamento do partido. “Quero fazer uma campanha não de conflito, de nós contra eles, mas de pró-idéias, propostas. Eu vou fazer uma campanha simples, modesta e meu nome já é conhecido. Terei pouco tempo de rádio e de TV, mas vou acreditar que é possível, sobretudo, via rede social, chegar ao eleitor levá-lo a reflexão para obter sua confiança”, disse ele.
Boas expectativas
Num partido de menor abrangência, o ex-deputado diz que alimenta boas expectativas por ser um partido com características neutras entre os principais nomes na disputa pelo Governo do Estado e pela Presidência da República. “Claro que o partido é pequeno e não dispõe de recursos do fundo eleitoral, mas é um grupo de idealistas. É um partido de centro que pretende levar a política nacional valorizando homens e mulheres e alcançar o desenvolvimento do país sem discriminação e excludente de quem quer que seja”, pontuou.
Sobre isso, o PMB deverá apresentar uma candidatura própria ao Governo do Estado, mas quanto ao Governo Federal, seus filiados deverão ficar livres para a escolha. “Eu não aceitava entrar num partido só pelo desejo de ser candidato, mas como meio de poder fazer campanha livre. Para presidente é um partido neutro, que deixa o leitor livre escolher. No governo estadual temos a advogada contabilista Clorisa Linhares, ex-candidata a prefeitura de Grossos. Então, a gente fica livre, no meu caso, para poder fazer proposta e ajudar a chapa proporcional”, avaliou Ney Lopes.
Na primeira rodada da pesquisa eleitoral TRIBUNA DO NORTE/Ipespe, o nome de Ney Lopes ainda não havia sido incluído. Na amostragem estimulada, quando é apresentada para o eleitor uma lista de opções, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), aparece com 24% das intenções de votos para o Senado, seguido por Rogério Marinho (PL), 17%, que, na quinta-feira (31), despediu-se da pasta do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
Depois aparecem o deputado federal Rafael Motta (PSB), com 5%; o senador Jean Paul Prates (PT), que anunciou ontem que disputará como suplente de Carlos Eduardo, com 4% e o vereador de Natal, Robério Paulino, com 1% das intenções de voto.
Contudo, Brancos e Nulos (30%) e Não Sabem/Não Responderam (19%) somam quase a metade da parcela de intenções de votos do eleitorado, dando margem para mudanças e surgimento de outros nomes.
“No fim, meu desejo é resgatar compromissos que tenho com o Rio Grande do Norte e que não concluí como deputado. Serei o deputado que sempre fui”, concluiu o pré-candidato Ney Lopes, que vai entrar na disputa.