Postado às 05h59 | 12 Out 2020
Painel
Ainda que discordem da forma como Luiz Fux tenha suspendido a validade da liminar de Marco Aurélio Mello, colegas do STF concordaram que o chefe do PCC não deveria ter sido solto e, de uma forma pragmática, acabaram se alinhando a Fux. Foi lembrado que, no fim do ano passado, Marco Aurélio mandou soltar todos os que haviam sido presos em segunda instância, em obediência à interpretação do STF. Dias Toffoli, então presidente, sustou a liminar.
“Posar de bom moço é bom, né? Mas eu não jogo para a turba”, afirmou Marco Aurélio ao Painel, criticando a decisão de Fux deste sábado (10). “O ministro Fux não é censor de quem quer que seja, muito menos de colegas. Ele pode suspender liminar de outros órgãos, mas não do Supremo”.
Esta é a segunda decisão do presidente do Supremo que poda o projeto anticrime, que embora tenha sido proposto por Sergio Moro acabou criticado pelos lavajatistas. A primeira foi a suspensão do juiz de garantias.
O projeto anticrime tramitou no Congresso, no ano passado, em um contexto de revisão crítica da Lava Jato. Parlamentares fixaram normas para dar limites à prisão preventiva, da qual tinham sido alvos Eduardo Cunha, Marcelo Odebrecht e Michel Temer, este último preso por crime cometido anos antes.