Postado às 06h07 | 08 Dez 2020
Ney Lopes
Já se foram 53 anos. Lembro como se fosse hoje.
Nesta data, 8, dia de Nossa Senhora da Conceição – 8 de dezembro de 1967 - fui o orador oficial da “Turma da Liberdade”, do curso de Direito da Faculdade de Direito de Natal.
Recordo, com emoção, os meus colegas da Turma da Liberdade: Adelgimar Diniz Rocha, Carlos Borges de Medeiros, Carlos Jussier Trindade dos Santos, (orador na aposição da placa), Deífilo Gurgel, Eudes Bezerra Galvão, Expedito Rufino de Figueiredo, Ferdinando Luís Patriota, Fernando Justino de Souza, Fred Galvão, Glênio Aquino de Andrade, Hamilton de Sá Dantas, Iaris Cortês de Lima, Ieda Amorim Martins, Ilnar Gurgel Rosado, Ismael Wanderley Gomes Filho, Jaymar Medeiros, Jobel Amorim das Virgens, José Aranha Sobrinho, José Jarbas Martins, José Luciano Limeira, Joseri Alves, Manuel Onofre de Souza Junior, Maria das Dores Xavier de Souza, Ney Silveira Dias, Nivaldo de Carvalho, Othon Donaldson de Oliveira, Pedro Simões Neto, Raimundo Nonato Teixeira, Regina Coeli Barbosa, Romeika Lucena, Ruy Barbalho de Meiroz Grilo, Selma Maria Dantas de Paiva, Sônia Ivanise Bandeira do Amaral, Vitória dos Santos Costa (oradora da “aula da saudade”), Waldemir Patriota e Zuleide Teixeira de França.
Vivíamos a véspera de 1968, aquele ano-calendário que Zuenir Ventura qualificou como o “ano que não terminou...” .
A Turma correu riscos e escolheu para Paraninfo Juscelino Kubitschek de Oliveira, cassado pela revolução.
O Mestre Edgar Barbosa, tão firme em suas convicções democráticas quanto JK, teve o seu nome indicado para Patrono. Meses depois, com o advento do AI-5, começaria o momento mais duro da Revolução de 1964, dando poder de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do regime, ou como tal considerados.
Como orador oficial da “turma da liberdade” houve tentativa de censura ao meu discurso. Recusei-me e fui ameaçado de prisão.
O período de convivência na Faculdade são tempos que não voltam.
Mas deixam marcas de saudade, na defesa dos valores democráticos, que ainda hoje inspiram todos os que se graduaram na “Turma da Liberdade”.