"Machadinho, o semeador da gratidão" - Ney Lopes hoje no jornal "Agora RN"
Postado às 05h29 | 29 Mai 2021
Faleceu o jornalista João Batista Machado (Machadinho), 78. Um amigo de longas caminhadas.
Quando fui correspondente no RN da Folha de São Paulo (1966 a 1968), ele era do O Globo.
Ostentava no seu perfil sinceridade, bom caráter, erudito.
Um verdadeiro semeador da virtude da gratidão, a mais edificante no ser humano.
Idoneidade – Exerceu cargo de confiança em quatro governos: Tarcísio Maia, José Agripino, por dois mandatos, Radir Pereira e Vivaldo Costa.
Sempre foi grato a esses governadores.
Jamais assumiu posições radicais em relação a classe política.
Mereceu o respeito de todos os partidos.
Escreveu diversos livros, entre eles “Bastidores do poder – memórias de um repórter”, quando se limita a registrar fatos, preservando os personagens citados.
Em maio de 2012 foi eleito membro da Academia Norte-rio-grandense de Letras.
Açu – Um ponto comum nos unia: a origem, na querida terra do Açu, conhecida como a “Atenas Norte-Rio-Grandense”, berço do meu pai.
A mãe de Machadinho, dona Letícia, era muito amiga da minha avó, Mafalda, ambas açuenses.
Reuniam-se com frequência para recordar os tempos passados nos canaviais.
SP – Quando presidi o Parlamento Latino Americano, convidei Machadinho e Salésia, jornalista, sua esposa, para visitarem a instituição em SP.
Lembro, que ao conhecer a estrutura e relações do Parlatino com órganismos globais (Parlamentos da América Latina e Caribe, Europeu, Assembleia Parlamentar Euro-Latino Americana, da China, Câmara de Comércio Brasil e Estados Unidos, Rússia (Duma), OEA, ONU, UNICEF, CEPAL, OMC, OMS. OIT, FAO), ele exclamou:
“se eu escrever no RN, o que estou vendo e sabendo sobre a importancia e posição internacional do Parlatino, dirão que estou mentindo, ou querendo lhe elogiar”.
Pedi-lhe que silenciasse, por conhecer a inveja que aquela minha posição já despertava em alguns.
Pesar – Reafirmo as sinceras condolências neste momento de dor à sua esposa jornalista Salésia Santas, filhos: João Ricardo e Ana Flávia, demais familiares e amigos.
Que Deus receba Machadinho, com todas as honras na Eternidade!
Olho aberto
Saída, O senador Flávio Bolsonaro deixou o Partido Republicanos.
Irá para o partido que o seu pai escolherá.
O PP abre as portas para o presidente, sem entregar as chaves dos cofres.
CPI – A experiência política mostra que CPI é “faca de dois gumes”.
Os efeitos políticos recíprocos são imprevísiveis.
Se existirirem fatos concretos e o investigado tiver “rabo de palha”, sai-se mal.
Em caso contrário, abre-se o álbum de fotografias, que prejudica a vida de quem pediu a investigação.
Exemplo atual é a exibição hoje da foto de Renan Calheiros, que lhe traz dissabores, em Alagoas.
Tenho experiencia como relator geral em CPIs de temas delicados no Congresso Nacional, como salário do trabalhador brasileiro, preço de medicamentos, Plano Real.
Alerta – A reforma administrativa passou na Comissão de Justiça da Câmara.
Mas, os deputados exigem a liberação imediata de R$ 9 bi de emendas parlamentares.
Sem atendimento, tudo irá parar.
Servidores – A propósito, os militares tiveram as suas reivindicações salariais plenamente atendidas pelo governo, desde 2020.
Até agora, o funcionalismo civil está isolado da reforma administrativa, salvo quando o “tzar” da economia se refere a categoria qualificando os servidores civis de "parasitas"
Já em relação a reforma tributária, tudo são gentilezas, de parte do governo.
Repetem-se jantares, encontros, sugestões e debates com os interessados.
Na reforma administrativa, os servidores cvis estão totalmente à margem dos entendimentos.
Perdão - "Passaporte tributário" do governo federal concederá "perdão fiscal" a pequenas empresas, que tiveram queda de faturamento na pandemia.
A empresa terá “quase um perdão fiscal”, dependendo da dimensão da queda da receita que teve em consequência da crise epidêmcia..
Caminho natural – Geraldo Alckmin quer voltar ao governo de SP, em 2022.
Deverá ir para o PSD, com Márcio França (PSB) de vice.
No PSDB, não lhe dão legenda.
Em política, quando falta espaço no seu próprio partido, o caminho é procurar outro.
Alkmin está certo.
