Postado às 05h18 | 05 Out 2020
O ex-presidente Lula afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "vive todo santo dia lambendo as botas do governo americano, mesmo quando o governo americano fala bobagem contra o Brasil".
As declarações foram dadas em um discurso no evento virtual "Pela Soberania Nacional, em Defesa do Povo Brasileiro", promovido pela Federação Única dos Petroleiros, em comemoração aos 67 anos da Petrobras, neste sábado (3).
Em um vídeo com quase cinco minutos de duração, o petista afirmou que a soberania brasileira "está correndo risco" e que o governo Bolsonaro "vende a alma ao diabo".
"Soberania é o estado brasileiro assumir a responsabilidade pelo estado de bem-estar social de 210 milhões de brasileiros, sejam eles da origem social que forem. Cabe ao estado soberanamente cuidar do nosso país", afirmou o ex-presidente.
"Agora, quando você tem um Brasil que coloca um general nosso para ser subordinado a um general americano no comando da Quarta Frota, que é a frota americana para tomar conta do oceano Atlântico e para vigiar o nosso petróleo, quando você tem um presidente da República que vive todo santo dia lambendo as botas do governo americano mesmo quando o governo americano fala bobagem contra o Brasil, quando você tem um ministro da Educação, um ministro das Relações Exteriores que lambe as botas do presidente americano, que é tão troglodita quanto o nosso, sabe, que é um cara violento, que não acredita na democracia, que não respeita os direitos humanos, ou seja, o que que você pensa da nossa soberania? Ela está correndo risco", afirmou Lula.
"Um país que não tem soberania não é respeitado. O Brasil não tem tendência para voltar a ser colônia", seguiu o ex-presidente. "Não é possível que esse país tenha dirigentes que não gostam do país. E quem não gosta do país venda a alma ao diabo, e é isso que eles estão fazendo agora", concluiu.
As declarações de Lula ocorrem poucos dias depois do Supremo Tribunal Federal decidir permitir que a Petrobras venda suas refinarias sem aval do Legislativo. Na quinta (1º), a corte rejeitou uma ação em que o Congresso acusava o governo de desmembrar a empresa estatal matriz para vender subsidiárias, que não dependem de aval do parlamento para serem privatizadas.
A decisão dá força ao plano de vendas da Petrobras, que pretende negociar oito refinarias.