Postado às 05h33 | 07 Jun 2022
Ney Lopes
Enfrento luta desigual como pré-candidato ao senado.
Tenho plena consciência de que é difícil, diante do poderio notório dos candidatos que enfrento.
Porém, encontro forças para prosseguir, relembrando episódios da minha vida pública, quando tive o respeito popular, ao acreditar em propostas e na liberdade do povo votar.
Em 1966, com 21 anos, aceitei convite de Odilon Ribeiro Coutinho para ser um dos fundadores do MDB no RN.
Com vocação política, disputei o mandato de deputado federal.
Kombi – O partido me emprestou Kombi usada com som e motorista.
A gasolina e alimentação tive de pagar.
Certa vez, saindo do Grande Hotel de Mossoró não tinha um centavo no bolso para quitar a conta.
Ofereci como garantia um relógio “Lanco”, que recebera do meu pai.
Chico Ricarte, o dono do Hotel, ouviu minha oferta e liberou para que pagasse depois. Assim fiz.
Campanha – Sem apoio de nenhuma liderança política, parava de cidade em cidade, usava um “tamborete” como palanque e falava nas praças e esquinas.
Sempre com ideias e propostas.
Sozinho!
Abertas as urnas, tive mais de 8 mil votos (hoje seriam mais de 50 mil).
O MDB não atingiu o quociente eleitoral.
Houve quem se elegesse, com 6 mil votos.
Gesto – Guardo na memória, com gratidão, o gesto espontâneo do então jornalista Tarcísio Monte (depois Juiz do Trabalho), meu colega no jornal “A Ordem”, que escreveu artigo de primeira página, com o consentimento de D. Eugenio Sales, apoiando o meu nome para deputado federal, enfrentando a vigilância militar, que considerava o MDB partido antirrevolucionário.
Pré-campanha – Atualmente, quando indagam sobre a minha estrutura de apoio como pré-candidato ao senado, respondo que é a mesma de 1966: acreditar em Deus e na consciência livre do povo.
A diferença é que hoje tenho para oferecer 24 anos de experiência no Congresso Nacional, com um trabalho concreto, que me valeu sempre estar entre os 100 melhores parlamentares do país, por escolha do DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), órgão do PT.
Advogado - Em 2022, ganhar ou perder faz parte do jogo.
O RN está carente de quem o defenda no Senado Federal
Por isso, não posso omitir-me e coloco o meu nome como opção para ser esse "advogado do RN" no Congresso Nacional.
Parafraseando Júlio Cesar, ao decidir atravessar o rio Rubicão, repito: "a sorte está lançada"
Afinal, Guimarães Rosa tem razão: “o que a vida quer da gente é coragem”!
Incêndio – A mídia registra que Ciro Gomes (PDT) incendiou todas as pontes que poderiam levá-lo a apoiar Lula segundo turno, ao declarar que jamais estará do lado de um ladrão conhecido e que deveria estar na cadeia.
Ladrão – Completou Ciro: “- Todo mundo sabe que Lula é ladrão. Ele foi condenado em três instâncias, preso com base na lei vigente na época e libertado por manobras dos seus amigos do STF.
Nunca foi absolvido nestes casos."
E Carlos Eduardo? No RN, com quem ficaria Carlos Eduardo na hipótese de segundo turno?
Clorisa – A candidata a governadora do RN Clorisa Linhares, do Partido da Mulher Brasileira, faz uma campanha silenciosa, com reuniões e debates.
Tem deixado excelente impressão das ideias que defende.
Thaisa I – A competente jornalista Thaisa Galvão lembra com números, que em eleição de governador e senador no RN o eleitor vota livremente.
Os apoios de redutos funcionam, em parte, na eleição proporcional.
Majoritária, não.
Thaisa II– Rosalba Ciarlin, em 2010, tinha pouquíssimos apoios de prefeitos e vereadores.
O seu opositor senador Fernando Bezerra, presidente da poderosa CNI, tinha apoio de mais de 150, dos 167 prefeitos do estado.
Rosalba ganhou.
Thaisa III – Em 2014, o deputado Henrique Alves trouxe para apoiá-lo ao governo o seu adversário José Agripino e contava com quase todos os prefeitos do RN.
Robinson Faria praticamente não tinha apoios tradicionais e ganhou a eleição, junto com Fátima Bezerra para o senador.
Thaisa IV – Em 2018, Carlos Eduardo contava com a imensa maioria dos prefeitos.
Fátima Bezerra ganhou quase sem prefeitos.
Atualmente – Em 2022, o candidato Rogério Marinho é ecumênico e tem apoios até de antibolsonaristas ferrenhos.
Carlos Eduardo conta com a máquina estadual. Rafael Motta manejou milhões de reais de verbas parlamentares para prefeitos.
Qual será o resultado final?
Será que o passado se repetirá?