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Israel e Palestina: a verdade histórica

Postado às 06h40 | 15 Nov 2023

O principal motivo do conflito entre Israel e Palestina é a disputa pelo território. As duas partes clamam que a região da Palestina deve pertencer ao seu povo.

Ney Lopes

Em razão do violento conflito de Israel e o Hamas (organização política e militar sunita islâmica que governa a Faixa de Gaza nos territórios palestinos), a data de hoje, 15, tem um significado para os palestinos, que merece análise.

Em 15 de novembro de 1988 foi declarada por Yasser Arafat, que se encontrava no exílio em Argel, a independência da Palestina.

Antes, em 1947, a Assembléia Geral da ONU decidiu dividir a Palestina em dois Estados independentes: um judeu e outro palestino.

A partilha da Palestina foi oficializada pela ONU e pela divisão, a maior parcela de terras ficou com os judeus, não sendo aceito pelos povos árabes, a quem foi atribuído cerca de 45% do território.

A Palestina era, nos séculos 19 e 20, um território habitado por centenas de milhares de pessoas e vivia, segundo a Enciclopédia Britannica, "um renascimento árabe".

A localização da Palestina a tornava um local estratégico do ponto de vista comercial.

Nessa época, a maior parte dos judeus se encontrava nos países da Europa oriental, como a Polônia, a Lituânia, a Hungria e a Rússia.

A antiga Israel era uma província do Império turco, denominada Palestina.

Há décadas, israelenses têm ocupado áreas em territórios palestinos por meio dos chamados assentamentos, tanto em Jerusalém Oriental quanto na Cisjordânia.

Pelo plano da ONU, a área conhecida como Palestina, que estava sob domínio britânico na época, deveria ser dividida entre o que viria a ser o Estado de Israel e a Palestina

Qual a defesa de Israel?

Israel defende as iniciativas argumentando que representam uma estratégia de defesa de sua integridade, e não uma tentativa de minar a soberania palestina.

Diz tambem que não dá a refugiados o direito de retorno às suas casas porque isso comprometeria a própria existência de um Estado judeu.

Em 14 de maio de 1948, Israel proclamou sua independência e em seguida foi reconhecido como estado soberano.

Até hoje, a Palestina não é reconhecida como Estado soberano, embora aceita por 139 dos 193 membros das Nações Unidas.

O fato da Palestina não ser reconhecida como um país pelas Nações Unidas, mas como um "Estado observador não membro", deve-se a uma série de fatores, entre os quais falta de apoio internacional, sobretudo de superpotências como os Estados Unidos, país aliado de Israel que veta essa proposta.

Além disso, muitas das áreas reivindicadas pelo Estado da Palestina estão ocupadas por Israel.

Em 2011, o Brasil apoiou a aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que modificou o status do Estado da Palestina nas Nações Unidas para a condição de Estado Observador não membro.

Dentro da União Europeia, apenas oito países reconhecem a Palestina: Bulgária, Chipre, Hungria, Malta, Roménia, Eslováquia e Suécia.

Os palestinos são geneticamente da mesma família dos judeus e de outras populações do Oriente Médio, incluindo turcos, libaneses, egípcios, armênios e iranianos.

A maior dificuldade para a paz ser alcançada no Oriente e Médio é justamente o fato dos palestinos terem sido privados de uma nacionalidade efetiva, expropriados das suas terras históricas e continuarem a viver sob ocupação israelita.

A população palestina atual soma 5,1 milhões de habitantes.

Os territórios palestinos são divididos pela Autoridade Nacional da Palestina em áreas administrativas ou cidades. São 16 no total: 5 na Faixa de Gaza e 11 na Cisjordânia.

Atualmente, a maior parte dos palestinos vive em áreas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Desta forma, esse grupo de pessoas ocupa área de certa forma dividida pelo território de Israel, o que aumenta a tensão na região.

Um dos pontos vulneráveis é a faixa de Gaza, dominada por palestinos, cercada por muralhas que servem como separação física entre os territórios de Israel e Egito e o território palestino.

Dados da ONU indicam que quase 75% da população da Faixa de Gaza se registraram na condição de refugiados.

Neste complicado labirinto, a causa da guerra em curso é Hamas (organização política e militar sunita islâmica que governa a Faixa de Gaza) não reconhecer Israel como um Estado e reivindicar o território israelense para a Palestina.

A Palestina pede a suspensão da colonização de seu território e o fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza.

Não há outra saída para resolver o choque judeus e palestinos, senão a criação de dois estados independentes.

Infelizmente, o que se percebe é que isto está longe de acontecer.

PS. A Proclamação da República no Brasil, ocorrida em 15 de novembro de 1889, assinalou o fim do regime monárquico que perdurara desde a independência do Brasil, em 1822.

A Proclamação da República aconteceu porque a elite brasileira estava insatisfeita com o reinado de D. Pedro II.

O evento alterou completamente o rumo da história brasileira.

O Brasil passou a ser uma nação com poder descentralizado, com a presença de um Estado laico e do presidencialismo, alterando símbolos e heróis nacionais e aplicando uma ideologia republicana para que se tornasse um país moderno.

 

 

 

 

 

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