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Isolamento funciona, NY reduz ritmo de mortes e reanima mercado

Postado às 04h49 | 07 Abr 2020

Nova York, epicentro da pandemia do novo coronavírus nos EUA, começou, nesta segunda-feira, a mostrar os primeiros sinais de controle da crise. As taxas de letalidade e de hospitalização estão se estabilizando, segundo os dados apresentado pelo governador do Estado, Andrew Cuomo, para quem as medidas de isolamento social surtem efeito e devem ser respeitadas pela população, a fim de manter essa tendência.

Apesar do fato de, nas últimas 48 horas, o número de mortes diárias por coronavírus no estado de Nova York ter ficado abaixo de 600 e sido menor do que o recorde do último sábado, "o sistema hospitalar está em sua capacidade máxima hoje", alertou o governador Andrew Cuomo em uma coletiva de imprensa.

Ele anunciou também a extensão das medidas de confinamento devido ao coronavírus até 29 de abril. Em tom de cautela, o governador dis que a queda no número de mortes é "esperançosa, mas inconclusiva", e que o número pode subir novamente.

O estado de Nova York, o mais afetado pelo coronavírus nos EUA, registrou 130.689 casos e 4.758 mortes devido à doença nesta segunda-feira, 599 a mais do que no domingo. O recorde de mortes em 24 horas foi alcançado no sábado, com 630 mortes. Quase 339 mil casos já foram relatados nos EUA, segundo uma contagem da Universidade Johns Hopkins.

Mercado

Em Wall Street, rua que simboliza o coração financeiro da cidade, a bolsa de Nova York teve, nesta segunda-feira, forte alta, sobretudo perto do fechamento, em um mercado mais tranquilo sobre as últimas notícias da pandemia de coronavírus.

O índice Dow Jones avançou 7,59%, enquanto o tecnológico Nasdaq teve uma alta expressiva de 7,33%.

"Vendo o mercado subir do jeito que está, mesmo que os fundamentos continuem em queda livre, o mercado está olhando para a depressão e dizendo 'daqui a seis meses, as coisas estarão em ascensão'", disse Sam Stovall, diretor de investimentos e estrategista da CFRA Research em NY. Os estragos econômicos provocados pelo coronavírus ainda indicam, no entanto, um ambiente favorável à recessão.

Nesta segunda-feira, um executivo da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou, por exemplo, que as companhias aéreas latino-americanas vão perder US$ 15 bilhões neste ano com a pandemia da Covid-19, na pior crise da história do setor. "O impacto que estimamos neste momento, baseados em números que temos até agora, é que a perda de receita equivale a US$ 15 bilhões" na América Latina e no Caribe, disse o vice-presidente da IATA para as Américas, Peter Cerdá.

As perdas se devem a que muitos países fecharam suas fronteiras para tentar conter a expansão do novo coronavírus, que provocou mais de mil mortes e mais de 33.000 contágios na América Latina.

Com isso, os voos se restringiram a alguns serviços de carga, como o transporte de insumos e de saúde, e viagens especiais para a repatriação de pessoas sem conseguir voltar a seus países de origem.

Já a fabricante de aviões europeia Airbus anunciou, nesta segunda-feira, a suspensão "temporária" das atividades de produção e montagem em seus centros alemães em Bremen e Stade, bem como na Mobile nos EUA, devido ao coronavírus.

Essas decisões "foram tomadas em resposta a vários fatores relacionados à atual pandemia do Covid-19", afirmou a Airbus em comunicado.

 

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