Postado às 04h54 | 30 Jun 2020
O hospital Albert Einstein desmentiu, na noite desta segunda-feira, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que afirmou que a instituição teria voltado atrás em sua recomendação contra o uso de cloroquina em pacientes do hospital infectados pela Covid-19. Na tarde desta segunda, Franco disse que o hospital teria voltado atrás na recomendação divulgada na semana passada. Procurado, o Albert Einstein disse que não houve mudança alguma sem sua posição sobre o medicamento.
Na sexta-feira, o hospital Alberto Einstein divulgou uma nota em que informava que estava recomendando aos seus médicos que não prescrevessem medicamentos a base de cloroquina para o tratamento da Covid-19 por conta da falta de evidências científicas sobre a eficácia da substância. A recomendação ocorreu após a agência norte-americana que regula alimentos e medicamentos, o FDA, revogou a autorização do uso da cloroquina no tratamento da Covid-19.
O uso de cloroquina pelo Albert Einstein vinha sendo citado pelo governo federal como exemplo de que a substância poderia ser utilizada em larga escala. Nesta segunda-feira, Élcio Franco foi questionado sobre se o governo mudaria sua política em relação à substância após a recomendação contra o medicamento feita pelo hospital.
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Ao responder a questão, Élcio Franco disse que o hospital teria recuado sobre a não-utilização da cloroquina.
— Creio que a sua informação está equivocada. Já houve um desmentido do próprio Albert Einstein quanto ao uso da cloroquina — disse Franco.
Diante da declaração de Franco, a reportagem do GLOBO procurou a assessoria de comunicação do Albert Einstein, em São Paulo.
Segundo a instituição, não houve mudança na política do hospital em relação à cloroquina.
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A cloroquina vem sendo defendida pelo presidente Jair Bolsonaro como uma alternativa ao tratamento da Covid-19 há pelo menos três meses, apesar de não haver evidências científicas de que a substância seja eficaz no combate aos sintomas da doença.
Recentemente, além do FDA ter revogado a autorização do uso do medicamento, a Organização Mundial de Saúde (OMS) suspendeu estudos que vinham sendo feitos com a cloroquina após a constatação de que ela não apresentava efeitos significativos contra a doença.