Notícias

Homenagem póstuma ao jornalista Emery Costa

Postado às 05h12 | 02 Mai 2020

Ney Lopes

Faleceu em Natal, 01, vítima do coronavirus, ícone do jornalismo potiguar, o mossoroense Emery Costa. Cidadão de bem com a vida. Afável. Cordial. Em 1962, na companhia de João Faustino, éramos concluintes do ensino médio, fomos à Mossoró participar de agitada eleição do Diretório Central de Estudantes (DCE).

A disputa era ideológica, diante do clima de radicalização do governo de João Goulart. No final, o pleito foi suspenso, após a explosão de um “traque” (na época se pensou que fosse uma bomba) no cine Pax, onde se realizava a Assembleia estudantil. Nessa época, conheci Emery Costa, quando ele se iniciava no rádio jornalismo, na rádio Tapuyo de Mossoró e me convidou para entrevista no seu programa “Voz do estudante”. Um ano depois, voltamos a conversar e trocamos experiências na atividade radiofônica.

Eu trabalhava na Emissora de Educação Rural de Natal e ele ingressava na Rádio Rural de Mossoró, recém instalada, sob o comando de Dom Gentil, Monsenhor Américo, Padre Alcir. Posteriormente, Emery expandiu a sua atividade no jornalismo. Ingressou no jornal “O Mossoroense”, sendo colunista respeitado por vários anos. Chegou a prestar serviços ao Diário de Natal e ao Diário do Nordeste, de Fortaleza.

No final da carreira, atuou em programa na “TV Mossoró”, ao lado de Laíre Rosado. O falecimento de Emery empobrece o jornalismo do RN. O seu estilo de humildade e sorriso estampado na face, agregou amizades e respeito em Mossoró e no Estado.

Nunca adotou postura de radicalismo, mesmo vivendo numa cidade marcada por acirradas disputas políticas. Quis o destino que não tivesse velório, pela proibição da pandemia. Porém, o seu exemplo profissional e de cidadania rendeu-lhe homenagens póstumas, com “buzinaço” ao redor do Cemitério São Sebastião, em Mossoró, onde está sepultado.

Que Deus o receba, com as honras merecidas, na Eternidade!

Deixe sua Opinião