Postado às 09h19 | 15 Nov 2024
Ney Lopes
Hoje, 15 de novembro, centro e trinta e cinco anos da queda da monarquia no Brasil, com a Proclamação da República.
O histórico episódio nasceu de mero acaso.
O proclamador – marechal Deodoro da Fonseca – era um monarquista empedernido e amigo pessoal de D. Pedro II.
Diante da promessa de que, após a destituição do Imperador, ele se investiria imediatamente no poder, atendeu ao apelo de um pequeno grupo republicano.
Aristides Lobo, que participou dos primeiros movimentos republicanos, escreveu o depoimento: “o povo assistiu àquilo tudo bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava.
Muitos acreditaram seriamente estar vendo uma parada militar!”.
Uma das primeiras decisões, após a Proclamação da República, foi a realização de referendo, para que o povo legitimasse a nova forma de governo pelo voto.
Tal plebiscito somente ocorreu 104 anos depois, no dia 21 de abril de 1993.
Pivô da República
A história registra, ainda, que Adelaide, viúva aos 34 anos, filha de um general, herói da Guerra do Paraguai é considerada como o pivô da Proclamação da República.
Tudo começou com uma paixão frustrada de Deodoro, na mocidade.
O líder liberal gaúcho Silveira Martins, indicado primeiro-ministro por D. Pedro II roubou-lhe a namorada Adelaide.
O ciúme afetou de tal maneira Deodoro, que passou a prestigiar os conspiradores da monarquia.
O golpe militar fatal teve início sem que o próprio Proclamador soubesse.
Diz-se que Deodoro mandou afastar a tropa do QG no Campo de Santana e gritou para os soldados: “Viva Sua Majestade o Imperador”.
A realidade atual tem muita semelhança com as origens republicanas.
Tome-se, por exemplo, os protestos sobre os gastos públicos.
Ao assumir a presidência da República em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca aumentou o seu próprio subsídio para 1400 contos de réis.
Toda a família real no período de 1841 a 1889, sem reajustes anuais, percebia 800 contos de réis.
Outro fato se refere a gastos com viagens dos governantes.
Observa o historiador João Paulo Martino, que “D. Pedro II, fez três viagens internacionais.
Pagou-as de seu próprio bolso. Na primeira vez (1871) que viajou ao exterior, ao conceder a Assembleia Geral a necessária licença, o deputado Teixeira Jr. propôs que a Assembleia liberasse uma verba de 2000 contos de réis para a viagem do imperador e da princesa Isabel.
D. Pedro II escreveu mensagem de próprio punho para o seu ministro do Império, João Alfredo Corrêa de Oliveira: “espero que o ministério se apresse em fazer desaprovar quanto antes semelhantes favores, que eu e minha filha rejeitamos.
Respeito a intenção de todos; mas respeitem também o desinteresse com que tenho servido a nação”.
D. Pedro dispensou, ainda, os três barcos que o escoltariam até a Europa.
Viajou em navio de carreira.
A nossa República verdadeiramente começou a nascer, a partir de movimentos como a Inconfidência Mineira (1788), a Confederação do Equador, quando diversos estados do nordeste criaram movimento independentista (1824) e a Revolução Farroupilha (1839), que resultou na Proclamação da República Rio-grandense e Juliana (RGS e SC).
No futuro, outras etapas serão vencidas.
A dúvida é quanto tempo faltará para a nossa República ser efetivamente consolidada.
Talvez isso ocorra, quando um dia o parlamentarismo for implantado no país. Deus queira, que em breve!
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1907 — Oklahoma torna-se o 46° Estado norte-americano.
1918 — A Hungria torna-se uma república.
1938 — O químico suíço Albert Hofmann sintetiza o LSD pela primeira vez na História.
1940 — Os nazistas fecham acesso ao Gueto de Varsóvia, construindo um muro ao redor.
1945 — Fundação da Unesco.
1955 — É realizada a primeira edição da Feira do Livro de Porto Alegre.
1973 — Programa Skylab: a Nasa lança do Cabo Canaveral, Flórida a Skylab IV com uma tripulação de três astronautas.