Postado às 09h34 | 06 Jan 2022
Ney Lopes
Hoje, dia dos Reis Magos, 6 de janeiro, data que guarda relação com a história da cidade de Natal e o RN, que não são conhecidos apenas por suas praias, dunas e ventos.
Há fatos históricos, que acentuam a importância da capital e do estado na história universal.
Um dos mais simbólicos é o Marco do município de Touros, de 1501: uma peça de mármore, com a cruz-de-malta esculpida, que teria sido o primeiro marco de posse da coroa portuguesa no país.
Posteriormente, durante o período de colonização do Brasil, os territórios descobertos recebiam uma fortificação para proteção contra invasões.
Em razão disso, construiu-se uma edificação chamada da Barra do Rio Grande, sob forma de estrela, ao lado direito da barra de Potengi, em Natal.
Depois, recebeu o nome “Forte dos Reis Magos”, devido à data do início da sua construção: 6 de janeiro de 1598, dia de reis no calendário católico.
Já a cidade de Natal, foi fundada pouco depois, em 25 de dezembro de 1599.
Em 1633, o local sofreu um ataque de holandeses, que dominaram a região por 21 anos, mas em seguida voltou ao controle dos portugueses.
No período de domínio holandês, o “Forte” passou a se chamar Castelo de Keulen e “Natal”, de Nova Amsterdã.
A atual capital potiguar foi a segunda cidade denominada de “Nova Amsterdã” pelos holandeses.
A primeira, Nova York, na ilha de Manhattan, teve essa denominação em 1625, dada pela Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais.
Tornou-se o maior assentamento neerlandês na América do Norte, a capital dos Novos Países Baixos, permanecendo sob controle holandês até 1664, quando foi capturada pelos britânicos.
No RN, o desembarque holandês se deu a 8 de dezembro de 1633 em Ponta Negra.
Pelo menos 300 indígenas foram convocados a lutar do lado holandês.
Invadiram primeiro a cidade de Natal, enquanto a esquadra avançava para atacar, por mar, o Forte dos Reis Magos.
Com as forças divididas, rapidamente Natal caiu, e as tropas puderam se reunir no Forte.
Os moradores da cidade, no entanto, fugiram.
Recolheram-se nos engenhos, sobretudo Ferreiro Torto, em Macaíba, e Cunhaú, em São José do Mipibu.
Esperavam convictos de que seriam socorridos por tropas da Paraíba e de Pernambuco, coisa que nunca aconteceu.
Natal, chamada de Nova Amsterdã, teve período áureo na posse dos holandeses.
A cidade cresceu e por causa de sua região privilegiada geograficamente foi muito preciosa para os holandeses, por onde eles observavam se algum inimigo se aproximava da região e protegiam o importante comércio açucareiro do Nordeste brasileiro.
Segundo o historiador Câmara Cascudo, Natal tinha apenas 6393 habitantes no final de 1805, passando para mais de 16 mil pessoas no final do século XIX.
Os fatos relatados evidenciam a relação histórica entre Natal e a comemoração dos Reis Magos, cujos anuncio e a adoração são episódios que integram o ciclo da vida de Jesus ligado à Natividade.
Os Magos seguiram uma estrela brilhante no céu, que os conduziu até onde estava Jesus.