Postado às 06h04 | 15 Mar 2021
A “XP Investimentos” (uma das maiores empresas nacionais) e o “Ipespe” (conceituado Instituto de pesquisa) divulgaram pesquisa recente, que merece reflexão isenta. É uma foto da realidade atual, nua e crua do Brasil, diante da pandemia e dúvidas jurídicas sobre a elegibilidade do ex-presidente Lula em 2022.
Recomendação – O parecer inicial da pesquisa recomenda esquecer todas as verificações anteriores acerca de intenções de votos e conclui: “a eleição de 2022 será plebiscito sobre o presidente, que está em inverno astral, em meio a segunda onda da Covid”.
Tempo – Não se deve considerar a pesquisa definitiva. Até porque, Heráclito (filosofo, pai da dialética) tinha razão, ao afirmar, que “a mesma água nunca passa duas vezes por baixo da mesma ponte”. Mas, não deixa de ser um indicativo preocupante.
Bolsonaro & Lula- A médio e longo prazo, os números não fortalecem Bolsonaro, nem Lula. Vejamos: 61% avaliam como ruim ou péssima a atuação do presidente na pandemia (só 18% favorável); 63% veem a economia nacional no rumo errado (contra 27%) e 45% avaliam como ruim ou péssimo o governo geral.
Lula – Desaprova a extinção das condenações de Lula 73% e aprova 18%. Ser honesto (35%) lidera a principal característica do próximo presidente, seguido de 17% de maior preocupação com os pobres e competência pessoal (16%).
Vacina – 77% da população quer vacinar-se (4% já vacinados). Apenas 6% rejeita a vacina.
Conclusão I – Sabe-se que Bolsonaro debita o cenário pessimista ao isolamento e o fim do auxílio emergencial, mas acredita em mudança, até a eleição. A maior preocupação passou a ser Moro, o único na pesquisa, que ganharia do presidente com 35% dos votos contra 31%, no segundo turno. Alguns opositores são levados na “chacota”: Dória, a almofadinha”; Mandetta, o ministro desobediente; Huck, o candidato da Globo
Conclusão II – Percebe-se, que é passageira a tendência da polarização entre Bolsonaro e Lula. Isto porque, a pesquisa mostra desejo de mudança, com 81% dos entrevistados favoráveis (total 52% e parcial 29%) a outra opção eleitoral. Apenas 15% da população deseja continuidade da forma como o Brasil está sendo administrado.
Conclusão III – A pesquisa revela o “desgaste” de Lula e Bolsonaro. O que realmente existe é o desejo coletivo de alternativa entre esses dois extremos. Muitos admitem não haver tempo para o surgimento desse novo nome. Lembro que, até início de 2017, nem se falava em Bolsonaro como candidato. Da mesma forma, perto da eleição de 1994, FHC era um desconhecido, que havia perdido a eleição para prefeito de SP. Tudo poderá acontecer até 2022!
Permanência – Infelizmente, não prevaleceu o bom senso na arbitragem tentada pelo desembargador Dilermando Mota para unificar as medidas sanitárias adotadas pelo governo do RN e a PMN, no combate a pandemia.
Decisão – O mandado de segurança impetrado pela 19ª Promotoria de Natal foi extinto, por desistência, sem apreciação de mérito. Há interpretação absolutamente equivocada, de que passou a valer o Decreto estadual. O pedido de desistência não autoriza o Estado desconhecer a competência constitucional do município de Natal, na regulação de "assuntos de interesse local", previsto no art. 30, I, da CF.
Dois decretos – Salvo entendimento que rasgue a Constituição, continuam em vigor os dois decretos e as dúvidas que confundem a população.
Garantia - A autonomia municipal é garantia constitucional e não pode ser suprimida por quaisquer dos outros entes, nem por autoridade alguma.